Agarrem Estes Homens!

Se no início da época me perguntassem qual a expectativa para o desempenho da nossa equipa de Andebol, eu responderia “Já será muito bom se for apurada em 8º para o play-off”.

É um facto, tínhamos contratado o melhor guarda-redes português, mas nos outros sectores havia, a meu ver, um claro desinvestimento qualitativo. As saídas de João Pinto, Tiago Silva, Nuno Roque e Vladimiro Pinto não eram fáceis de colmatar. Foram contratados jogadores com qualidade mas em fim de carreira e, no caso de outros, colocavam-se as interrogações naturais da sua prestação ao mais alto nível. Havia boa matéria-prima proveniente da formação – Nelson Pina, Bruno Moreira e Tiago Fonseca, para não nomear os entretanto colocados a “rodar” – mas não sabíamos se se imporiam da forma como se têm imposto.

Certo também que os primeiros meses da época revelaram uma série de problemas internos – vencimentos em atraso, ausência de dialogo para com os profissionais, estrutura organizativa débil, etc… – o que colocava mais graus de liberdade sobre o meu pessimismo.

Ao invés, a época tem sido muito boa. A equipa conseguiu per si ultrapassar os períodos de maior turbulência, muito graças ao nosso capitão Pedro Matias, aos jogadores mais experientes e aos jovens com tantos anos de Clube. Mas também é de inteira justiça referir a pessoa do treinador João Florêncio que, como foi público, sempre se colocou do lado da estabilidade, pelos seus jogadores. Nesta fase tudo pode acontecer e não será o desfecho da eliminatória com o ABC que me fará reorientar o discurso noutro sentido. Para mim o sucesso desta equipa assenta numa extrema solidariedade dos jogadores dentro do campo e colaboração com as intenções da equipa técnica. Obviamente também assentará na boa performance de alguns dos seus atletas, com epicentro na posição-chave do guarda-redes.

Será portanto normal que se encare o assédio de outras equipas a alguns dos nossos jogadores. Poder-se-á recriminar um profissional que tenha assumido algum compromisso, face a meses e meses de perjúrio e de incerteza? O que se pede aos actuais dirigentes é que pelo menos tentem. Tentem manter os nossos jovens, os nossos valores, a nossa mística. E que dirijam fazendo-o com lealdade ao Clube. Realmente, não deixa de me enojar ver certos personagens – da Direcção anterior - responsáveis por certas barbaridades ao Andebol do Clube, dar palmadinhas nas costas aos atletas no final dos jogos. Os atletas trocavam essas palmadinhas de agora por meia dúzia de boas palavras, lealdade e empenho no passado recente.

Se o Andebol superou a minha expectativa, se o Futsal também – mas não tanto pois conheço a estrutura que o acompanha, a sua competência – em sentido inverso, o Râguebi desiludiu-me. Esperava mais. O Basquetebol nem por isso. Esperava isto mesmo, ou seja, nada! Exige-se coragem á nova Direcção para tomar medidas. Não desperdicem fundos nem sponsorização em competições deprimentes como a competição da LCB.