Último Grito

Terminadas que estão quase todas as competições nas modalidades em que o Clube tem representação (para a época 2007 / 2008, excepção para o futsal, que contra ventos, marés e arbitragens), continua firme rumo ao sonho, achamos que por bem lançar um último grito.

A moldes que de balanço, aviso sério à navegação, hossanas aos que souberam e mereceram ser Nossos Heróis, reprimenda aos que abusaram da nossa hospitalidade e ousaram manchar o nosso emblema e manifestação de preocupação pelo nosso futuro colectivo, enquanto Entidade Colectiva de Bem.

Entendam este artigo da forma que quiserem: O grito da revolta! O grito do já chega! O grito do BASTA!

Este grito que se quer de modernidade, numa agremiação a caminho dos 100 anos, tem por mote, O AVIVAR DE MEMÓRIAS...

O Clube de Futebol Os Belenenses nasceu, cresceu e ganhou o seu espaço, graças aos empenho, luta e fé de muitos Homens Sérios e Honrados (provenientes das mais diversas profissões, confissões, credos e estratos), gerando uma simbiose muito própria e particular, que nos fez desde o início ser diferentes dos restantes pares.

Esta forma particular de estar no desporto, levou a que desde o início se olhasse primeiro para o Homem (compreendendo-o no seu todo) e depois para o Atleta (motivando-o e fazendo-o chegar mais longe, mais alto, mais são).

No anos 60 e 70, altura em que cheguei ao clube, os atletas tinham à sua disposição (para além de um naipe de dirigentes de excelência, sempre presentes, nos bons e maus momentos), no final de cada treino ou jogo, meio litro de leite e duas carcaças {uma com queijo e outra com manteiga}).

Ainda me lembro das "lutas" entre colegas para ficarem com as minhas iguarias recusadas (nunca gostei de leite) e porque tinha a percepção que havia colegas que necessitavam mais destes estímulos que eu, preferindo ir degustar pasteis e beber sumo.

Depois, nos momentos de angústia ou de antecâmara de eventuais êxitos, os nossos dirigentes estavam ali, para nos dar alento, uma palavra de conforto, motivar-nos...

Tinham sido quase todos excelentes atletas do Clube, conheciam o cheiro do balneário, os truques da motivação e da melhor forma de descontracção.

Longe vão esses tempos... que nos ajudaram a crescer como atleta, dirigente e homem.

Havia amor ao clube, havia devoção ao emblema, havia ALMA SÓ AZUL! Que se foi perdendo com o avanço da industrialização do desporto, e a entrada de vedetas coloridas, que nos foram descaracterizando, até aos dias de hoje.

O descalabro era pois o fim previsível (para quem é consciente e acompanha a vida do clube de perto, não se embebedando com êxitos espúrios), porque não soubemos em tempo, manter o rumo dos nossos fundadores, deixando-nos enredar numa teia de meia dúzia de interesses mesquinhos, que teimam em nos redear constantemente e nos conduziram pateticamente não à modernidade, mas ao ridículo continuado, com as consequências que todos assistimos, mormente nos últimos 30 anos, e que culminou com a "tragédia grega" da última AGE, em que a conta gotas, a direcção legitimamente eleita, lá foi deixando cair, uma atrás de outra, as "boas novidades" que condicionam o nosso futuro próximo.

Deixaram cair alguns dos "segredos", porque precisavam do nosso voto para o empréstimo! Isto é válido para todas as direcções, sejam elas de que forem, só quando precisam do voto dos "índios" (porque os estatutos não lhe permitem outras alforrias), vêm relutantemente pedir "batatinhas".

E pelo andar das coisas, lá estaremos daqui por 6 meses, numa outra qualquer AGE, desta vez para darmos o nosso aval a mais um empréstimo para pagarmos este último aprovado, porque a matemática, contrariamente à demagogia barata, é uma ciência certa e honrada.

Só que da próxima vez (contrariamente a esta em que o penhor foi o direito de superfície do parque, mais as previsíveis letras dos milhafes), a garantia será a caderneta predial das piscinas, no que gostaria de estar muito enganado.

Ou seja, se durante anos os "guardiões do templo" tivessem aberto a pestana e percebido a modernidade da sociedade em que estamos inseridos e qual o rumo da mesma, o debate de ideias não teria sido cerceado, não se teriam auto afastado tantos ilustres AZUIS SEM RISCAS (fartos de tamanha hipocrisia e fundamentalismo canhestro) e a nossa reles via sacra das últimas 30 estações certamente teria sido evitada, e, atrevo-me a dizer, hoje teríamos um CFB a ombrear com os maiores da EUROPA, em vez de andarmos a mendigar e a passar por vergonhas, umas atrás das outras.

Curiosamente, esses mesmos, continuam ainda hoje alegremente a ufanar-se de serem
"consciências morais do reino"! Autos de contrição? Nunca! Responsabilidades? Jamais! Bola para a frente! E sempre que as ovelhas clonadas descolam das báias, previamente definidas, abre-se a arca belorenta e soltam-se "novas mágicas soluções", ao invés de procurar-se soluções de auto sustentabilidade, através de Contrato Sério Transparente com Lapidador Inatacável (para dar-se visibilidade e explendor aos nossos diamantes), mas sem nunca os vender.

Assim, temos para nós que soluções traficadas à partida, é condição bastante para o seu inêxito, porque consubstanciados em salvadores ou pessoalizados com demasiada arrogância e chicote.

Porque só cremos em projectos colectivos, planeados com amor, criatividade e inovação, consumados por Dirigentes que tenham paixão e sejam declaradamente AZUIS SEM RISCAS e sabendo-se que o nosso SANTO GRAAL são os 13 hectares mais In de Lisboa, é fácil perceber a vã cobiça que para aí vagueia...

Até Lá:

Saravá Rugby Azul.

Saravá Anaïs Moniz.

Saravá Volley.

Saravá Andebol (martirizado)...

Façam por merecer entrar na galeria dos Heróis, Futsal (Homens de Honra), Saravá.

Triste Coice na bola e os queimados 10 milhões € (ia tudo de cana)...