"No São Martinho, todo o mosto sabe a vinho..."
Fosse Martinho milagreiro,
espadachim ou querubim,
e teríamos no Restelo,
castanhada até ao fim.
Castanhada, porque não compras!
Castanhada, porque não vendes,
castanhada, porque nas lonas?
Nem o padre safa o Lente!
Talvez que o Rui pindérico,
Aquele que tudo sabe!
Ou o sapateiro Albérico,
Que tem cara de abade.
Mesmo a santa, Tronchuda,
A pardalita, pagaia,
Qual galdéria, tiuta…
não sendo fruta, é parra.
Mas o Martinho tão nobre,
Apenas dividiu a capa?
Porque se desse de chofre!
Abriria muita Arcada.
Não do Martinho da dita,
Essa é mesmo intocável,
Pastel de nata e bica?
Mas escalda-me a chávena.
Castanhada, porque sim,
castanhada, porque não!
Castanhada, no Jasmim,
e também no Rabão…
Martinho, vai por mim!
Não lhes mandes água-pé…
Com tanta castanhada chocha!
Inda perdes o pé…
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