Adeus! Planeta Azul e Habitantes...

Este é o último post para memória futura, e tal como os anteriores, resulta da minha mais profunda convicção, de que: PARA PODERMOS TER FUTURO RISONHO E SUSTENTÁVEL, é imperioso relembrar e ter sempre presente, O QUE DE MELHOR FIZEMOS NO PASSADO! Trata-se, se assim o quiserem entender, um derradeiro e último alerta, dirigido essencialmente Aos Jovens Futuros Dirigentes Azuis que Vagueiam Anónimamente por Entre a Massa Associativa, e que não tiveram o privilégio de sentirem ao vivo a nossa dimensão mais pura, por isso mais fértil, que devem assumir-se, afim de podermos parar a destruição criminosa do legado dos Rapazes da Praia, nestes últimos anos! Quem não o entendeu assim! Azar o deles!

Pese o esforço de alguns notáveis “Capitães” que lhes seguiram as pisadas e não esmoreceram, mesmo quando lhes quiseram quebrar a vontade, com o “presente envenenado”, pedreira do Restelo. Para esses Cavaleiros da Honra, o meu sentido SARAVÁ.

Neste ano que deveria ter sido comemorado com pompa e honra, assistimos a mijeretes e misérias franciscanas, normais para os muitos já resignados, mas que outros ainda teimosamente recusam-se aceitar, felizmente...

Lembro-me de meu avó, José Nóbrega, contar a todos os que lhe entravam casa adentro, a fantástica história dos “rudes” rapazes que haviam sabido tornear todas as malvadezas dos déspotas de então, construindo O Único Planeta Azul Conhecido na Terra. Falava horas sem parar do Azul que muitas vezes acabava no campo da honra, tinto de sangue, tal a rudeza e artimanhas dos adversários, que à vez ou conluiando-se, tudo faziam para torpedear regulamentos e leis, afim de tentarem quebrar as nossas amarras de marinheiros destemidos! Findava quase sempre com uma tirada digna dos Lusíadas: …nem que tenhamos de beber toda a água do Tejo, os safados bem podem arfar, que morrerão primeiro que nós, esganados…

Esta era a têmpera dos que nos fundaram e cujas odisseias contagiavam adeptos singulares, também eles prontos a colaborar, cantar e relembrar as epopeias do seu Belenenses, porque tinham memória colectiva e eram acima de tudo Belenenses, cientes, que fossem quais fossem as condições e os “campos das pelejas” ou adversários, a vontade era só uma! Vencer.

Na sua descrição de “planeta azul”, arengava que por estarem calejados com os pedregulhos das praias de Belém, Bom Sucesso e Algés, nada os assustava e desbravavam com uma perna às costas TODOS OS PENEDOS QUE SURGISSEM, fossem os arenosos Pau de Fio, Salésias, Restelo, ou mesmo no gélido descampado da Covilhã, onde o sujo calabote era perito em ignorar penalties a nosso favor, e quando os marcava a contra-gosto, enterrava a bola na lama, ameaçando repetir a penalidade e expulsar o jogador se ajeitassem a redondinha para zona seca (que o diga o Victor Silva, de boa saúde, ainda hoje, felizmente). SARAVÁ, Victor!

Era este o nosso inconfundível “BRANDING”! VENCER! Houvesse ou não quarto de hora final, à Belenenses!

Desse belo planeta azul legado, que tanto suor e lágrimas custaram a sucessivas gerações para o preservaram, resta uma triste cauda repleta de poeiras, réplica menor dum qualquer cometa halley, rumando na sua órbita descendente e inexorável para a fossa das marianas ou de mindanau.