Costuma dizer-se que os jogadores passam e o Clube fica. Verdade imutável, mesmo nos nossos dias, em que para uma cada vez maioria de mercenário, o que conta é o vil metal.
Só que há jogadores que conseguem a magia de conquistarem os corações dos adeptos, donde dificilmente sairão. Marcos Pacheco Affini, mais conhecido por MARCÃO, é um desses raros casos de magnetismo, simplicidade, honra e magia pessoal! Porque o seu valor enquanto Atleta de eleição e Homem, são reconhecidos e inatacáveis.
Quis o destino que a sua passagem por este País de bananas e impostores, fosse no Clube da Cruz de Cristo.
Quis o destino que num momento menos fácil da nossa vida associativa e colectiva, e numa modalidade ainda a dar os seus primeiros passos, viesse alguém de fora para dar exemplos de dedicação e amor, apesar de todas as vicissitudes porque foi obrigado a passar, mantendo uma conduta exemplar, não cedendo à tentação fácil de ir para onde lhe pagassem o ordenado a tempo (e que ordenado) e não tivesse responsáveis máximos a tratá-lo abaixo de cão, quebrando a palavra, mesmo tratando-se de dirigentes máximos.
Num tempo em que a honra e a palavra pouco valem, este exemplo de amor ao Clube merece ser salientado e exaltado. Saravá Marcão.
Puxando a culatra atrás, e fazendo um grande esforço de memória, o último ídolo que entrou nos nossos corações e não mais saíu, VICENTE de seu nome, numa galeria de Verdadeiros Heróis do nosso imaginário, como : MATATEU, e DI PACE, e ARTUR QUARESMA, e FELICIANO, e CAPELA, e JOSÉ DO CARMO, e TÁRREO, e PEPE, e ARTUR PEREIRA. Todos figuras do desporto rei.
Talvez que num patamar muito próximo, figurassem MLADENOV e GONZALEZ. Talvez...
Vais para o Qatar com a Cruz de Cristo no Coração! Palpita-me que recomeçaremos com a tua partida uma nova odisseia.
Até sempre Marcão, que a sorte e o êxito de acompanhem.
