Um dia de grande ilusão

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Foi um dia fantástico, de grande ilusão. Foi um dia em que senti um frémito que há 18 anos não sentia. Podíamos ganhar um título nacional novamente. Não ganhámos e o que se seguiu foi a constatação de um vazio. Um vazio do total desperdício que foi feito de todo o capital humano que se reuniu de novo no Jamor para apoiar o Belenenses.

Vieram belenenses de toda parte do País a demonstrar o que sempre soubemos: que o Belenenses é um Clube Nacional, de uma grandeza inequívoca e que, apesar de anos a fio de desleixo e descapitalização associativa, como o atestou a grande quantidade de cartazes das mais variadas proveniências, resiste "ainda e sempre ao invasor".

Por total inépcia e incapacidade de entender o fenómeno desperdiçou-se uma grande oportunidade de iniciar uma recuperação de sócios, de fazer uma campanha apelativa que seduzisse e fizesse os belenenses "desaparecidos" acreditar de novo que era possível elevar o Belenenses ao nível para o qual foi fundado. Falharam os dirigentes em toda a linha ao fechar os olhos e encolher os ombros. «Qualquer porcaria serve» é o lema habitual.

Todo o colorido dado por bandeiras, T-Shirts alusivas, cachecóis, etc, foram obra de iniciativas individuais e dispersas e um grande - enorme mesmo - esforço dos grandes resistentes da Fúria Azul, já a lutar contra a injustiça de uma lei fascizóide. Se o colorido foi marcante e a coreografia memorável, o que não teria sido com as 11.000 bandeiras que foram feitas pela Fúria Azul para esse dia e que a polícia e Federação tinha proíbido dias antes e que por isso não foram transportadas para o Jamor. Assim, resta-nos um dia para a memória, mais como tantos outros que o Belenenses teve na sua história riquíssima, mas que infelizmente não foi coroado de glória com a conquista do troféu que, justiça seja feita, nos encaixava na perfeição.

Quem sabe quando teremos nova oportunidade?
E se tivermos, saberemos aproveitar o que em 2007 desperdiçámos?
Mudou, ou vai a tempo mudar, alguma coisa neste aspecto tão importante do que devia ser uma gestão capaz e virada para os sócios?

Fica a pergunta, responda quem puder, não com palavras e promessas, que dessas estou farto, mas com acções concretas, fortes e imaginativas. Eu estou disposto a fazer a minha parte.