P. I. Versus Projecto Imobiliário do Restelo

Como todos sabemos, o bingo (em média, nomeadamente em Espanha), é uma escada que sobe em flecha 8 anos e depois cai a pique. Estou a falar obviamente das receitas desta malfadada “chaga social” que o estado resolveu entregar aos clubes (com a obrigação destes investirem em infra-estruturas e "estímulo para as modalidades amadoras"), como forma de se desresponsabilizar do obrigatório investimento no bem estar e saúde das populações.

O nosso bingo no entanto fugiu ao “dogma dos 8 anos de fartura”, por obra e graça do galleto e clientelas adstritas. (Sim! Não me venham com cantilenas de trazer por casa, um verdadeiro caso de sucesso! O bom do Avelino fez muitos por esse país fora, que outros depois delapidaram!...), que de permeio deu para mamarem alguns artistas benfiquistas e lagartos que passaram por Belém (e prometem regressar!?...), permitiu-nos algumas flores (poucas), muito desaforo e despesismo a eito! Com o advento do Casino Lisboa e Euromilhões, adeus aos patacos, porque não soubemos modernizar e apaparicar os clientes, inovando (sala, pessoal e novas ofertas mais atractivas).

E eis nos chegados ao novo bingo, a cobiça sobre os nossos 13 hectares, na zona mais in de Lisboa, que precisa urgentemente de ser revitalizada, mas não estragada, daí o tal Projecto Imobiliário do Restelo, qual toque de Midas que alguns artistas vão sacando da cartola para engrupir incautos!

Não há “cão nem gato” que não tenha um projecto, todos com o cunho do pato-bravo nacional (eu, mim, mingo), que se lixe o clube de Futebol Os Belenenses, o seu rico património e os sacrificados e leais adeptos.

Venha a cobiçada urbanização para a zona, a negociata, a partilha e o compadrio! E aqui é que a porca torce o rabo. A CML nunca autorizará qualquer pressão urbanística naquele local, não porque o PDM obriga a isto e aquilo, ou porque os proprietários em redor reivindicam o uso capeão da vista sobre o Tejo, como alguns artistas já evocaram.

Nunca autorizará, porque o local tem de ter um P.I. (Projecto de Intervenção, que deverá ser concertado entre as Partes) e que terá de servir de forma inequívoca os desígnios da cidade e do Clube de Futebol Os Belenenses, nunca os das ratas velhas manhosas, sejam elas reles promotores imobiliários de polichinelo, distintos demagogos da oratória, empresários bem sucedidos na vida e que fazem gala do seu belenensismo (mas que deixaram de pagar quotas e camarotes) ou importadores falhados e falidos.

Este P.I. espera uma gesta de Sócios Arejados, Impolutos e Amantes do CFB, nunca de lacaios e porta interesses de usurários tricolores.

A CML deve-nos isso e a devolução das Salésias. Sim! DAS SALÉSIAS…., Todos sabemos que foi a lagartada que na altura patrocinou a nossa retirada daquele espaço sagrado, embora os milhafres também batessem palmas (foi a inveja e a falta de escrúpulos), as razões evocadas no despacho camarário nunca foram cumpridas, permanecendo o local ainda hoje, um caixote de lixo nauseabundo, daí ser nosso dever retornar ao berço, afim de reconstruirmos um centro de treino para a juventude local e escolar, bem como a nossa sede social.

Se tivermos 13 hct. numa qualquer metrópole europeia, os respectivos maires camarários baterão palminhas, desde que os projectos elaborados sejam de excelência, Lisboa não pode ser a excepção da CEE, quando vemos "centros" comerciais de Belém (3 módulos foram orçados em 24M€, e apenas 2 foram feitos e custaram tanto) + hotéis
"salgados" à beira mar, que "nada chocam" com a arquitectura dos Jerónimos.

Devemos todos prepararmo-nos para uma batalha jurídica que poderá ir até aos areópagos internacionais, embora preze a sabedoria e lucidez do actual Presidente António Costa.
Até porque a pedreira do Restelo não foi oferecida (como os edis presenteiros costumam fazer aos estarolas, tenham eles as dívidas em dia {ainda que pagando com cheques carecas à vista da tv e trocados posteriormente no escuro dos corredores do poder e longe dos holofotes} ou construam abusivamente em solo camarários, mais tarde objecto de engenharia financeira e “recomprado”), foi paga, paga com contrato armadilhado que nos obrigava a dar os trabalhos de cantaria aos serventuários camarários, o que fez aumentar os custos da obra e ter de saldar dívida monstruosa de 320 contos (multimilionária para a época).

Era a teia com que nos presentearam, correr-nos de um local de culto Belenense e da própria Selecção Nacional, amarrando-nos a despesas astronómicas, afim de nos retirarem poder desportivo, afastando de forma vil e torpe, um concorrente leal, mas incómodo. Ontem como hoje, alguns mânfios do poder tresandavam a corrupção intelectual.

Mesmo assim sobrevivemos, demos luz a uma zona inóspita, porque sem o Complexo do Restelo, surgiriam no local barraquinhas (iguais aos cérebros dos reisinhos de então)e nunca as vivendas dos senhores feudais e diplomáticos que apareceram.