Mais um fim-de-semana de depressão nacional-benfiquista
(ou estarolista, de uma forma geral)

Porquê? Porque o Leixões, esses desrespeitadores da "ordem natural das coisas", voltaram a ganhar. Foi há minutos, em Vila do Conde, onde dois estarolas já tinham encostado à box.

Isto a mim dá-me um gozo que só não é maior porque nao é o Belenenses a estar em primeiro. Por mim tudo o que subverta esta ordem onde o dinheiro, ou os jogos de influências, ou as manobras de bastidores, ou as manobras de arbitragem inclinam os campos sempre para o lado contrário daqueles que vivem no lado escuro da lua ou do sítio onde o sol quando nasce não é para todos.

E já se vêem facas afiadas em campanhas coniventes da comunicação social de desestabilização de jogadores e equipa do Leixões ao propalar súbito interesse mórbido em jogadores do Leixões, acenando-lhes a nota e escondendo-lhes o banco - ou nem isso - onde se sentariam o resto da época, jogadores do Leixões os quais não fosse essa equipa continuariam na obscuridade relativa. Não me refiro a Wesley que já era conhecido e consagrado e foi rejeitado ou nem sequer considerado apesar de ser jogador livre no defeso (obrigado Fernando Sequeira pelo contentor do Brasil - este já cá estava), mas refiro-me a jogadores como por exemplo Braga que jogava na IIª Divisão (b), o terceiro escalão do futebol português.

Inevitavelmente, a minha chapelada vai também para o José Mota - o anti-vedeta, o homem do trabalho, da garra, da exigência e do conhecimento do futebol português - o anti-doutoral - que eu já aprecio há anos no Paços de Ferreira.

No Porto de Leixões há muitos contentores, mas no Estádio do Mar não há nem do Brasil.

Mas enquanto durar este momento, em que vejo estes eternos beneficiados do sistema a ter de olhar para cima, eu gozo. E gozo apenas com pena de não ser o Belenenses a estar lá. Nem que fosse só por duas ou três jornadas. Far-nos-ia maravilhas na projecção de imagem e visibilidade e daria também um jeitão - como suporte - numa uma campanha de fidelização e recuperação de sócios.