Tempos Modernos IX

Sim, serei burro, mas ainda acredito no azul ou uma desesperada tentativa de justificar o inaceitável…

I. Os 10 + 6 + 18 minutos de futebol que vi…
Começo a acreditar que ou, tenho que abrir um consultório de astrologia futurista ou, o Euromilhões, não tarda a sair-me! De facto neste belo domingo pintado de sol a iluminar ainda mais o azul estonteante do céu, anunciando uma estrondosa Prima (da) Vera, algo me dizia apesar de tudo que hoje, não era um bom dia para ir até ao Restelo, aliás, acreditei mesmo que estava a receber mensagens místicas de mau prenúncio para o grande Belém, tal a sucessão de peripécias até conseguir finalmente chegar ao estádio.
Quando entrei olhei as bancadas e fiquei com a impressão que teríamos por certo uma das melhores assistências da época uma vez que a moldura humana rondaria os 9000 espectadores. Cogitei com a ajuda do meu par de neurónios de serviço (o Tico e o inseparável Teco) que apesar dos avisos místicos que recebi pareciam estar reunidas pré-condições para que o espectáculo da bola domingueira corresse a preceito e porque não vestida fulgurantemente de azul.
Sem entrar em grandes delongas devo dizer que o nosso Belém entrou benzinho e poderia ter entrado melhor, não fosse o Marcelo ter uma mira telescópica comprada na Feira - da – Ladra, e aos 8 minutos da jogatana já estaríamos a ganhar! Mas como à dúzia é mais barato eis que aproveitando uma aselhice azul, um anão dos que vieram das terras da Porcalhota suja de infâmia aos 12 minutos o marcador do Estádio do Restelo assinalando um golo para a equipa adversária.
Bem que fui avisado! Mas como sou teimosinho graças a deus lá continuei a acreditar que a coisa iria encaminhar-se pelo melhor. Mas para isso era preciso que os nossos ajudassem jogando um pouco mais do que o menos que têm jogado. Nada disso! Os tipos da Porcalhota que apesar de não receberem (dizem eles) há meia dúzia de meses controlavam o jogo até que, por ironia do destino, ao minuto 42 num livre directo ao golo e com palmas ao ritmo Zé Pedro desfere o remate da esperança azul! O marcador do estádio estava agora menos sujo. 1-2. Mas ainda doía olhar para ele.
E lá estivemos na mó de cima durante os seis minutos finais antes do apitador de serviço que, por um mero acaso veio, sabe-se lá porquê das terras do Sado dar ordem para intervalar. Intervalámos uns e outros e a esperança azul, não morre na bancada e lá vamos trocando opiniões sobre o que vimos, o que gostámos e não gostámos e particularmente o que teríamos gostado de ver. Enfim, 15 minutos de descompressão com parlapatice, umas loirinhas e resmas de não-sei-quantas-teorias-da-desinspiração.
Siga a dança para a segunda parte! Começamos com ganas de ganhar e ainda mal tinha recomeçado a partida Jaime Pacheco troca Tininho por Saulo abrindo assim os flancos e dando mais poder ofensivo à equipa. Marcelo agora mais solto e descaído pelo flanco esquerdo perde a oportunidade de empatar aos 5. Mas o Belém pressionava e num dos raríssimos momentos de inspiração de Silas, esta época, executa um centro para a grande área onde Saulo elevando-se acima da Porcalhota (com o Tejo em fundo e o Cristo Rei na outra margem aos berros) cabeceia para golo. Estavamos no minuto 63. Menos sujidade no marcador do Estádio que assinalava agora 2 golos para o nosso Belém e duas nódoas para os Porcalhotenses.
E como habitualmente nos últimos 21 jogos o jogo acabou aqui. Uma vez mais o Belenenses cansou-se incompreensivelmente de querer ser feliz a partir dos 65 minutos de jogo. Ou melhor os nossos encolheram-se perigosamente e de tal maneira assim foi que Jaime Pacheco faz entrar Gómez aos 78 minutos para defender o impensável. Ainda houve tempo para, em duas oportunidades, os Porcalhotenses sujarem dramaticamente o marcador, mas o céu azul a esse ultraje nos poupou. Empatados. Um mísero pontinho para um bornal tão necessitado! Não tenhamos dúvidas que a história deveria outra…tinha de ter sido outra! Para quando?...

II. O que vi e gostei de ver…
NADA!

III. O que vi e não gostei de ver…
TUDO!

IV. Recados: Jaime Pacheco
Sou um confesso admirador de Jaime Pacheco já o disse diversas vezes continuo a acreditar que é o treinador que precisamos, mas não deixo tal facto toldar o meu raciocínio crítico e por isso não sei se será a melhor opção colocar a) Mano a jogar de início em vez de Baiano porque não é lateral direito de raíz; b) Vinicius no banco porque tem aquilo que a equipa precisa: velocidade, bom drible, criatividade e o GPS afinado para a baliza contrária; c) Silas é um jogador a menos quer se goste ou não; d) Gómez é a nossa primeira muralha defensiva tem de jogar de início.

V. O que ODIEI!
NÃO GANHARMOS NO RESTELO OUTRA VEZ!