Borrego "morto" á peitada

Vitória merecida, parece-me a melhor maneira de começar a crónica ao jogo de ontem, como era de esperar, foi um jogo difícil, suado, sofrido, mas no final compensador.
Sentia-se no público do Restelo ainda as mossas provocadas pela periclitante época passada, a alegria e alivio no final, foram bem demonstrativos disso mesmo.
O jogo começou morno, lento, sensaborão, a Naval mantinha este ritmo, que mais lhe convinha, como que tentando adormecer o jogo, e assim mantê-lo controlado.
Mesmo jogando com três homens na frente a equipa da Naval não foi uma equipa ofensiva, muito pelo contrário, esperando sempre o erro do Belenenses para desferir contra-golpes rápidos.
JCP, apostou no mesmo onze, que em Matosinhos apostando na mobilidade quer do meio campo, quer do ataque, o nosso meio campo as pedras rodam todas durante o jogo, Zé Pedro foi quase sempre o 10, mas deambulou pela direita e pela esquerda assim como Barge e Celestino, Gavilan, o tampão do meio campo, acudia aos espaços deixados livres pelos colegas.
Primeira parte, manteve um ritmo lento, jogo a meio campo, a Naval tirando lances de bola parada, raramente chegava á área do Belenenses, e mesmo o Belenenses apenas aos 32 minutos conseguiu criar perigo através de um remate de fora da área de Mano.
Apesar das criticas ao intervalo, a equipa sabe o que faz, e o que quer, preferindo manter a posse de bola a desperdiça-la em correrias loucas, mantendo sempre o equilíbrio.
Segunda parte o jogo mudou, para melhor, e aos 62 minutos (já com Filipe Bastos no lugar de Celestino), o “menino” Freddy , deu uma sacudidela no jogo, no lance de um para um á entrada da área adversária, sentou o lateral esquerdo da Naval, e centrou, para uma peitada de Yontcha abrir o activo.
E curiosamente foi nesta altura (após o golo) que o Belenenses tremeu um pouco, Ulisses Morais colocou em campo Marinho, um diabo á solta, e a equipa sentiu um pouco a pressão da Naval, principalmente porque a segunda substituição (saída de Barge entrada de Ivan), tirou capacidade de choque e marcação ao nosso meio campo, equilíbrio recuperado aquando da entrada de Pele, para o lugar de Freddy (grande ovação).
A partir daqui , faltavam 10 minutos, a equipa voltou a equilibrar-se e voltou a ter a bola de volta, terminando o jogo com uma soberba jogada de futebol, que deu origem ao segundo golo do Belenenses, por Ivan.
Cosme Machado (o Colina de Braga), não teve influência no resultado, mas tentou, duas situações negativas, O tempo que deixou Yontcha fora de campo após o golo, e o amarelo a Felipe Bastos logo na primeira intervenção no jogo, claramente a querer condicionar o jogador.
Resumindo a equipa, troca a bola entre si, mostra coesão, cada jogador sabe o que fazer em campo, lances de bola parada claramente trabalhados, e por isso penso que podemos estar tranquilos em relação ao futuro.
Vitória importante para moralizar, e acalmar as hostes, seguem-se dois testes duríssimos, Braga e Benfica.