Nota 10 (0-20)

Quem não sabe a matéria, usa a cábula para passar no teste, usa-se muito no mundo estudantil, e fazendo a passagem para o futebol foi exactamente, aquilo que o Belenenses, hoje fez.
Começou como um aluno confuso e terminou como um aluno que após consultar um auxiliar de memória, tudo pareceu fazer sentido.
Comecemos pelo princípio, novidades na equipa: Tiago Gomes a lateral esquerdo, e Lima no ataque, primeiro sintoma de grande confusão no aluno; primeiro, se é verdade que André Pires, não foi feliz no jogo com o Benfica, como aliás, quase toda a equipa é, também, verdade que tirar o jogador, ainda por cima jovem, desta maneira do onze inicial, pode tirar-lhe confiança e usando um termo muito usual em futebol, queimá-lo.
Lima, entrou de inicio para jogar ao lado de Yontcha, e tendo Fredy (saída de Celestino) no onze pensou-se que o Belenenses, fosse utilizar um 4x3x3, puro engano! É losango, é losango, pois bem, Fredy perdido atrás dos avançados e Zé Pedro, mais uma vez, encostado á esquerda, havendo por vezes troca entre os dois…Fredy a interior esquerdo?
Enfim, o jogo começou e um aluno, completamente, equivocado na matéria, só podia meter água na primeira pergunta; neste caso, na primeira jogada de ataque adversário. Quatro minutos de jogo e a Académica inaugurava o marcador, golo de Miguel Pedro depois de uma cratera, deixada no lado esquerdo da nossa defesa, devidamente, aproveitada por Sougou, para centrar a preceito, e escorregadela de Diakité na área.
Se até aqui, a Académica, não tinha feito nada para justificar o golo também, não o fez durante o resto do tempo de jogo; penso aliás, que Nelson, nem uma defesa difícil fez durante o jogo apesar de, por vezes, ter havido jogadas de perigo… mas nunca finalizadas a preceito pelo adversário.
Ou seja, defrontávamos uma equipa que precisava de vencer e nós, nem colocar à prova a intranquilidade que daí advinha, conseguimos fazer, para além disto, com todo o equivoco táctico apresentado, apenas um remate de Lima por volta dos 34 minutos de jogo fez vibrar as nossas hostes.
A Académica jogou no seu sistema habitual no meio campo, com Nuno Coelho a trinco, ajudado por Cris e André Fontes e no ataque Éder, no meio, Sougou na direita e Miguel Pedro à esquerda; e a partir daqui, diga-se não fez mais do que defender, mastigar o jogo, que lhe corria de feição.
Para a segunda parte, o mesmo figurino, e como que caído do céu ao quarto de hora surge o golo do Belenenses, por Diakité, num livre apontado por Zé Pedro.
E mais uma vez uma das equipas, chegou ao golo, sem saber bem como, mas se a Académica, quando marcou cingiu-se a gerir o resultado, a verdade é que o Belenenses a partir daqui e aos poucos, foi assumindo o jogo, e terminou na «mó de cima» com os últimos 15/20 minutos do jogo, a justificarem, inclusivamente, outro resultado. Fredy por duas vezes, agora a jogar ao lado de Yontcha, após a saída de Lima (entrou Ivan para o seu lugar), logo a seguir ao golo.
E Yontcha na ultima jogada do desafio, preferiu rematar,após jogada individual a fazer um passe para Ivan que em posição frontal podia ter dado um destino bem mais risonho à bola.
Ou seja, o adversário acusou o golo e o Belenenses ganhou confiança, circulou melhor a bola, diga-se também, passou a haver muito mais espaço para tal, a saída de André Fontes para a entrada de Lito, mais um homem de ataque, deixou muito espaço no meio campo, e Ivan, Celestino (após a sua entrada) e Zé Pedro, puderam manobrar com maior à vontade .
Ou seja, hoje com um pouco mais de «estudo» tínhamos todas as condições para tirar uma boa nota em Coimbra, assim, ficámos pelos serviços mínimos e mesmo com as atenuantes nas duas ultimas substituições, claramente, por insuficiências físicas, Beto deu lugar a Arroz, Gavilan a Celestino, o Belenenses poderia ter tido outro resultado.