Belenenses continua sem perder com equipas do seu campeonato

Sem ponta de imodéstia ou até falta de humildade bem que se pode afirmar parafraseando, um consócio nosso, que o Belenenses continua sem perder com equipas do seu campeonato. E é bem verdade. O nosso campeonato é o campeonato do «Portugal dos Pequeninos» e dele faz parte quer se queira ou não o Sporting.
O Sporting há muito tempo que está em acelerado processo de belenensização, mas a aristocrática arrogância dos seus dirigentes e da sua massa associativa teimam em querer fazer crer o contrário. De facto o Sporting, não é como tantos o gostam de fazer crer, um crónico candidato ao título. Um crónico candidato ao título, não pode como é óbvio ganhar apenas 9 campeonatos nacionais nos últimos 60 anos! O que o Sporting será, isso sim, é um outsider, pois só isso, pode explicar os longos jejuns de títulos futebolísticos. Deixem-se por isso, os sportingueiros, de «taras e manias» porque este ano, nem a Implantação da República chegaram quanto mais ao Natal!.
Deslocámo-nos até ao Alvalade XXI para tornar mais real o pesadelo verde, mas com os nossos tons de azul. E não nos saímos nada mal. Poderíamos ter ganho porque tivemos 3 boas oportunidades para vencer o jogo. Contrabalançadas por três excelentes defesas de «Lord» Nélson, a tirar o pão da boca esfaimada dos «leõezinhos» desesperadamente assobiados, mas nem por isso menos milionários. E como é bom ir até ao covil do leão vaidoso feito de dedicação, esforço e glória e tirar-lhe o gosto de nos ganhar, ainda por cima com uma tremenda exibição de um guarda-redes que foi formado e até certo modo desprestigiado por eles.
O jogo foi fraquito. As equipas equivaleram-se nas oportunidades tidas e também nas aselhices. E até nos pormenores mais abstrusos aconteceu empate: Beto quis fazer de conta que era um ás do drible e acabou por obrigar «Lord» Nélson a apurada intervenção aos pés do desolado Postiga; e depois foi a vez de Daniel Carriço se armar em atacante azul e quase ia introduzindo a bola nas redes do atónito Rui Patrício, já aos «papéis». Enfim, só a folha salarial é que destoava a favor dos «leõezinhos» porque quanto ao mais, tudo muito igualzinho e nivelado por baixo. Quem viu o jogo pela televisão adormeceu certamente.
O Belenenses jogou o suficiente para apesar das suas debilidades por vezes confrangedoras arrancar justo ponto no Alvalade XXI. Tivemos duas boas ocasiões para marcar ainda na primeira parte através de cabeceamento de Beto e depois por José Pedro que arrancou a todo o gás para a baliza do Sporting e só um desvio de última hora de Rui Patrício evitou à beira do intervalo um tremendo calafrio nas hostes leoninas.
No regresso para a segunda parte tivemos um quarto de hora inicial muito bom em que pressionámos o Sporting e fizemos certamente muitos adeptos leoninos agarrarem no lencinho branco para acenar a Paulo Bento. Depois, inexplicavelmente, após as entradas de Pereirinha e Djaló, à passagem dos 60 minutos de jogo, o Belenenses parece sucumbir face à velocidade que ambos os jogadores vieram imprimir. Engano tão redondo quanto a bola que rolava no relvado e certos discursos e entrevistas...
A explicação é simples: demorámos tempo demasiado a ler a alteração táctica dos leões e isso fez com que os flanqueadores do Sporting esticassem o jogo de forma mais perigosa até à nossa área, situação colmatada tardiamente, mas sem efeitos nefastos para o Belenenses, por parte de João Carlos Pereira quando fez entrar Freddy Adu e deslocar o multi-funções Barge, para o flanco contrário. Pode dizer-se que o Sporting acabou, definitivamente, após esta modificação táctica azul.
Em suma um jogo fraco, mas que nos rendeu um ponto precioso e que com outra ambição táctica nos teria rendido certamente os três pontos, mas para isso JCP tem que ser menos medroso e mais ousado e essencialmente, não ser tão demorado a promover mudanças. Agora vamos lá ganhar ao Nacional e ao Olhanense, ambos os jogos no Restelo, porque ganhando-os saltamos certamente do 14º lugar actual para o 6º. lugar da tabela classificativa.