Do céu ao Inferno

Confesso que, sinto alguma dificuldade em fazer esta crónica, e sinto-o porque saí do Restelo dividido, por um lado triste, frustrado, com a eterna sina Belenenses, de nestes momentos falhar sempre, por outro lado contente, porque vi uma equipa que lutou, tem princípios de jogo, e que com a sorte do jogo poderia mesmo assim ter saído ontem com outro resultado, que não a derrota.
Eu tinha lançado na antevisão, que este jogo podia-nos levar do céu ao inferno (ou o inverso), e de facto o primeiro prognóstico, revelou-se acertado, entrámos nas nuvens, embalados por um empate em Alvalade, a própria confiança adepta era outra, mas o pior veio depois.
O Nacional mesmo com todas as ausências, é uma equipa estruturada, cada um sabe o que fazer em campo, e a maneira cínica como aborda o jogo, deixa por vezes transparecer que o domínio é do adversário, para depois desferir os golpes mortais, neste caso os golos.
Realmente, as duas equipas entraram com os seus esquemas habituais, Belenenses 4X4X2 em Losango no meio campo, o Nacional num multifuncional, desdobrável 3X5X2, em que os laterais assumem um papel importante nos desiquilíbrios ofensivos.
No Belenenses Novidade chamou-se Fredy Adu no ataque a fazer companhia a Lima, e Cândido Costa na lateral direita, o jogo decorria com o Nacional a controlar o jogo, e o Belenenses sem poder de fogo ofensivo, durante a primeira parte, praticamente só em lances de bola parada conseguiu criar perigo.
O Nacional, fazia de conta que não queria nada com o jogo, e na única oportunidade até então aproveitou para fazer o golo numa transição rápida, onde a nossa equipa foi apanhada em contra pé, e em mais um lance onde as faltas que se têm de fazer logo a meio campo para cortar a jogada, não foram feitas.
O Belenenses acusou o toque, e até ao intervalo não mais foi equipa, tendo o Nacional ainda mais uma oportunidade, para marcar.
Pode parecer sem nexo, mas a sorte conquista-se, costuma-se dizer, pois, mas com os erros cometidos por JCP, nas substituições, é lógico, que a sorte não nos ia acompanhar.
Começou pela primeira substituição, entrada de André Almeida, para o lugar de Adu, com Igor no Banco, e a perder, não fazia sentido estar a retirar um avançado, por um homem de meio campo, quem foi para segundo ponta de lança? Claro, adivinharam, mesmo os que não viram o jogo…. Barge, que me lembre só falta jogar na baliza e a Central, mas ainda faltam 21 jornadas e tenho esperanças de o ver actuar nestas duas posições.
A verdade é que mesmo errando, o Belenenses tornou-se mais acutilante, mais perigoso, e o Nacional, limitou-se a gerir o tempo, o jogo e o espaço que tinha para jogar, a seguir vem mais um erro, sai Gavilan (O que o Celestino lá estava a fazer?), por Ivan, perdemos capacidade de recuperação no meio campo, perdemos acutilância agressiva positiva, mas a equipa continuou a subir, depois colocou Igor e saiu Cândido Costa (com minutos a mais em campo), mas o erro não foi a substituição foi a colocação das pedras, André Almeida a lateral direito!!! O miúdo que até se estava a portar bem até ao momento, falhou num lance defensivamente e a partir daqui, acabou para o jogou, perdeu confiança.
A verdade é que mesmo com tudo isto, e parece incrível mas não deixa de ser verdade, é que por falta de sorte não fomos mais felizes, por falta de engenho, sorte, vista do arbitro, podemo-nos queixar de muita coisa, mas principalmente de nós.
Tivemos oportunidades em número suficiente para pelo menos empatar, e de facto agora resta saber como irá o grupo de trabalho gerir este problema, de estarmos apenas na posição anterior á linha de água.