Faz hoje 64 anos...

... que o Belenenses se sagrou pela última vez (foram 4 vezes no total, ao contrário do que os jornaleiros veiculam) Campeão Nacional de Futebol. Por isso hoje, publicamos aqui a peça alusiva a esta grande conquista, incluída na rúbrica "Neste dia, em..." em 26 de Maio de 2006 no extinto «Belenenses Sempre».


1946 – Conquista do Campeonato Nacional da Primeira Divisão

O Belenenses do fim dos anos 20 e começo dos anos 30, havia-se imposto como um clube vencedor e, nesse período, sem dúvida o mais bem sucedido de Portugal. Em sete ou oito anos de ouro, o Belenenses foi três vezes Campeão de Portugal (1927, 1929 e 1933) e duas vezes Vice-Campeão (1926 e 1932).
Além disso, numa prova que ao tempo tinha imensa importância, foi, no mesmo período, quatro vezes Campeão de Lisboa: 1926, 1929, 1930 e 1932. Ou seja, nestas oito épocas, só numa delas não conquistámos nenhum título (1928).

Começou então um período de forte investimento nas estruturas, designadamente nas Salésias. Recapitulemos os passos principais:

1931 – Inauguração do corpo central de bancadas no Estádio das Salésias. Abertura de delegação na baixa lisboeta.

1934 – Construção de Pista de Atletismo nas Salésias, a melhor do país.

1936 – Bancadas do Estádio das Salésias são aumentadas.

1937 – Salésias tornam-se primeiro campo relvado de Portugal.

1938 – Estádio das Salésias, o melhor de Portugal, é pela primeira vez palco de jogo da Selecção Nacional de Futebol, que ali disputará todos os encontros realizados em Portugal até 1942.

1939 – Estádio das Salésias aumenta capacidade para 21.000 pessoas.

1940 – Inicia-se publicação de boletim mensal. Beneficiação da pista de Atletismo nas Salésias.

1941 – Iluminação do Campo de Basquetebol nas Salésias (custeada integralmente por Acácio Rosa).

Por outro lado, perdemos alguns jogadores fundamentais: em Outubro de 1931, Pepe morre tragicamente, com 23 anos (quantos títulos teríamos ganho nos 10/12 anos que, normalmente, lhe restariam de carreira?); em 1933/34, os olímpicos Augusto Silva e César Matos puseram termo á sua carreira.

Veio então uma meia-dúzia de anos de menor fulgor. Quando dizemos menor fulgor, temos em conta o que era o Belenenses de então, quando o segundo lugar era considerado frustrante, o terceiro lugar, banal, o quarto lugar, mau e o quinto lugar, desastroso. Assim era: o quinto lugar no Campeonato Nacional de 1937/38 foi visto como desastroso. Considerávamo-nos em crise acentuada (hoje descemos de divisão e aplaudimos...).
Apesar disto, o Belenenses era um clube de topo, cuja força ninguém se atrevia a discutir. Mesmo em crise, chegámos á última jornada do Campeonato da I Liga (o primeiro a ser disputado) com possibilidades de ser campeões (tivemos, aliás, o melhor Ataque e o melhor goal-average) e fomos Vice-Campeões Nacionais em 1937/38. No Campeonato de Portugal, fomos finalistas em 1935/36, depois de deixarmos Leixões, F.C. Porto e Benfica pelo caminho.

E chegou a década de 1940. O Belenenses dos anos 40 era um clube estabilizado no topo do desporto nacional. Não tinha a primazia de títulos, como no período até 1933 (entre 1926 e 1933, como vimos, alcandorou-se a essa posição), mas vinha logo a seguir a Sporting e Benfica, em relativa igualdade com o F.C.Porto. Era o quarteto dos clubes grandes, em que o Belenenses esteve claramente durante 50 ou 60 anos.
Em popularidade, embora o Benfica e o Sporting lhe levassem a palma, pela sua maior antiguidade, por maiores cumplicidades na imprensa, por causa dos célebres duelos ciclísticos entre Nicolau e Trindade, também se cotava indiscutivelmente como um dos 4 grandes, o que era aferível, entre outras evidências, pelas assistências aos jogos – impressiona ver as Salésias, com uma lotação oficial de 21.000 pessoas, cheia de público, e ainda rodeada de mais gente pela encosta sobranceira ao peão acima. A diferença desses tempos - e de outros posteriores já no Restelo - para o presente é demasiado triste... Pode ver-se também o “encorpamento” do clube nos anos 40, através do aumento da sua massa associativa até números bastante significativos: em 1943, há um pouco mais de 4.000 sócios; em 1944, perto de 5.000; em 1945, atingem-se os 6.800; em 1946, quase se alcançam os 9.000; em 1946, lança-se a campanha dos 12.000 sócios.
Note-se que, naqueles tempos, os sócios eram adeptos de corpo inteiro, coisa bem diferente do que acontece com uma grande parte dos actuais. Por outro lado, de 26 filiais e delegações em 1939, passa-se para 43, uma década depois.

Entretanto, a equipa de Futebol voltava a estar em crescimento, abalançando-se de novo às grandes conquistas. À maturidade de Amaro, Rafael e José Simões, iam-se juntando outros mais jovens que vieram igualmente a ser figuras imensas do Belenenses: Artur Quaresma, Serafim das Neves, Vasco, Feliciano...
Vejamos a evolução futebolística do Belenenses na década de 40:

1939/40 - Finalista da Taça de Portugal. Terceiro lugar no Campeonato Nacional. Melhor defesa no Campeonato Nacional. em Futebol. Ficámos a quatro pontos do primeiro (Sporting) e a um ponto do segundo (F.C.Porto). Terceiro Lugar no Campeonato de Lisboa. Campeão de Lisboa de Juniores, em Futebol.

1940/41 - Terceiro lugar no Campeonato Nacional. Melhor ataque, melhor defesa (segunda vez consecutiva) e melhor goal-average no Campeonato Nacional (59-22). Ficámos a quatro pontos do primeiro (Sporting) e a um ponto do segundo (F.C.Porto). Foi pena que tivéssemos começado mal o Campeonato pois, na segunda volta, fomos a equipa que obteve maior pontuação. Relativamente ao Benfica, recuperámos cinco pontos de atraso e concluímos com um ponto de avanço. Finalistas da Taça de Portugal. Terceiro lugar no Campeonato de Lisboa (com goleada 8-3 sobre Benfica mas derrota 7-1 com o Sporting).

1941/42 - Vencedor da Taça de Portugal (após terceira presença consecutiva na Final; Triunfo por 2-0 sobre o Vitória de Guimarães). Terceiro lugar no Campeonato Nacional. Goal average: 66-32. Fomos a segunda equipa mais pontuada na segunda volta. Destaque para as expressivas vitórias sobre o Benfica (4-0, nas Salésias), o Sporting (3-1 nas Salésias e 4-1 fora) e o F.C.Porto (7-3 em casa e 3-2 fora). Terceiro lugar no Campeonato de Lisboa.

1942/43 - Terceiro lugar no Campeonato Nacional (quarta presença consecutiva no pódio). Melhor ataque, melhor defesa e melhor goal-average no Campeonato Nacional (78-20). Totalmente vitorioso nos jogos em casa do Campeonato Nacional. O Campeonato esteve em vias de ser ganho. A meio da competição, liderávamos, em igualdade de pontos com o Benfica, e com três pontos à maior sobre o Sporting. No final, o Belenenses ficou a dois pontos do primeiro (Benfica) e a um ponto do segundo (Sporting). Fomos, na verdade, a melhor equipa, tendo vantagens sobre todas as outras no cômputo dos dois jogos. Só perdemos o campeonato por causa de duas arbitragens vergonhosas: justamente as que ditaram as nossas derrotas em casa do Sporting e do Benfica. No primeiro caso, com um golo injustamente anulado ao Belenenses; no segundo caso, com dois penalties para o Benfica que só existiram na imaginação do árbitro. Mesmo assim, à entrada da última jornada, a dois pontos do Benfica e a um ponto do Sporting, com o Benfica a jogar fora e dispondo nós de vantagem sobre ambos os adversários em caso de empate, podíamos ainda ser campeões. E essa hipótese parecia ganhar consistência a 45 minutos do fim. Ao intervalo o Belenenses ganhava tranquilamente ao Leixões, o Sporting estava em dificuldades com o Unidos do Barreiro, e o Benfica estava a sofrer (e empatado) em Coimbra, contra a Académica. No final, porém, o Benfica ganhou por 4-3, e o Sporting acabou por se desembaraçar, vencendo por 5-1, de pouco ou nada valendo o triunfo do Belenenses sobre o Leixões por 5-0. Deve salientar-se a clareza com que, nas Salésias, derrotámos os nossos maiores rivais: 5-0 ao Sporting, 4-0 ao F.C.Porto, 5-2 ao Benfica. Terceiro lugar e melhor defesa no Campeonato de Lisboa.

1943/44 - Campeão de Lisboa (nas Salésias, vitórias 4-2 e 5-1 sobre Benfica e Sporting, respectivamente. Fora, vitória 3-1 sobre o Sporting). Melhor Ataque e melhor Defesa no Campeonato de Lisboa (48-12). Melhor conjunto de Pontos nas 4 Categorias do Campeonato de Lisboa. No Campeonato Nacional, ficámos num decepcionante 6º lugar mas, atenção, andámos na luta pelo título. No fim da 1ª volta, éramos os líderes do Campeonato: o Sporting estava a 1 ponto, o Benfica e o Atlético a 2, o F.C.Porto, a 6.

1944/45 - Terceiro lugar no Campeonato Nacional. Goal average: 72-29. Maior número de golos marcados num só jogo do Campeonato Nacional – 15, record que se mantém (vitória 15-2 sobre Académica). Outra grande goleada, das maiores de sempre: 14-1 ao Salgueiros. O Belenenses ficou a três pontos do Benfica e com o mesmo número de pontos do Sporting. Foi a equipa mais pontuada na segunda volta (ganhado a embalagem que o faria Campeão Nacional e Campeão de Lisboa na época seguinte). Lutou até ao fim pelo título, do qual foi em grande medida afastado por uma vergonhosa e insólita situação em jogo disputado no campo do Sporting, a quatro jornadas do fim: o Belenenses perdeu 2-1 mas marcou três golos. O árbitro validou os três golos azuis mas um juiz de linha obrigou o árbitro a anular dois desses golos do Belenenses, ameaçando ir-se embora se as suas indicações não fossem acatadas. Incrível mas verdadeiro! Terceiro lugar no Campeonato de Lisboa. Início de relação privilegiada com o Real Madrid, com quem empatámos 2-2 em Espanha (deixando cartel, que renderia juros) e a quem ganhámos por 1-0 nas Salésias. Esse tipo de contactos foi mais um golpe de asa do Belenenses – nos tempos em que se atrevia a tanto...

1945/46 - Campeão Nacional. Goal Average: 74-24. Melhor defesa no Campeonato Nacional. Invicto nos jogos em casa do Campeonato Nacional. Campeão de Lisboa (três pontos de avanço sobre o Sporting, cinco sobre o Atlético e seis sobre o Benfica). Melhor conjunto de pontos nas quatro categorias do Campeonato de Lisboa. Vice-Campeão de Lisboa de Juniores. Seis jogadores do Belenenses presentes na vitória da Selecção Nacional de Futebol em jogo contra a França.

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Vê-se, por aqui, que a vitória do Belenenses no Campeonato Nacional de 1946, não foi um fogacho esporádico, um acaso, um bambúrrio da sorte, como a ignorante ou serviçal imprensa da actualidade quer fazer crer.

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Com efeito, já tínhamos sido anteriormente três vezes Campeões – os melhores – do nosso país. Eram Campeonatos de Portugal em vez de se chamarem Campeonato da I Liga ou Campeonato Nacional? Pois eram. E daí? Eram a forma que então havia de se encontrar o melhor de Portugal. Sem mais. Repare-se aliás, no título da Bola sobre o triunfo de 1946 “O Belenenses é Campeão de Portugal”.

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Por outro lado, a (re)conquista era iminente e adivinhava-se mais ano menos ano. Os dois Campeonatos de Lisboa, em 1943 e 1945; a Taça de Portugal de 1942; os Campeonatos Nacionais de 1943 e 1945 de que fomos esbulhados pela arbitragem; o prestígio internacional granjeado...tudo isso fazia esperar a qualquer momento um título de Campeão Nacional.
Em 25 de Novembro de 1945, o Belenenses tinha-se sagrado Campeão de Lisboa, pela sexta vez.

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Duas semanas depois, em 9 de Dezembro de 1945, com um empate no Campo do Sporting, iniciou-se a grande aventura que culminou na conquista do Campeonato Nacional.
A sequência de resultados foi a seguinte:
Sporting – Belenenses – 1-1
Belenenses – Académica – 7-0
Belenenses – Boavista – 6-1
Oliveirense – Belenenses – 0-1 (chegada ao primeiro lugar)
Belenenses – V. Guimarães – 5-1
V. Setúbal – Belenenses – 1-4
Belenenses – Atlético – 2-2
Benfica – Belenenses – 2-0
Belenenses – F.C.Porto – 3-2
Olhanense – Belenenses – 2-0 (descida para segundo lugar)
Belenenses – Elvas – 5-2
Belenenses – Sporting – 2-1
Académica – Belenenses – 1-3
Boavista – Belenenses – 1-4
Belenenses – Oliveirense – 10-0
V.Guimarães – Belenenses – 2-4
Belenenses – V. Setúbal – 3-2
Atlético – Belenenses – 2-4
Belenenses – Benfica – 1-0 (reconquista do primeiro lugar)
F.C.Porto – Belenenses – 0-1
Belenenses – Olhanense – 6-0
Elvas – Belenenses – 1-2

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Depois da preciosa vitória sobre o Benfica, nas Salésias, o Belenenses defendeu valorosamente a sua vantagem em casa do F.C. Porto (onde o adversário directo, o Benfica, também ganhara). Manteve-se firme na recepção ao Olhanense (que não era um adversário qualquer: note-se que ficou em quarto lugar, com um goal-average de 65-39). No entanto, a vantagem de um ponto impunha a necessidade ir ganhar a Elvas.
A tarefa não se afigurava muito fácil. O então Sport Lisboa e Elvas era filial do Benfica, que para aí mandou, durante quinze dias, um técnico seu, e iria tentar afastar-nos do título. E o jogo não podia ter começado pior para nós. Logo aos dois minutos, o Elvas colocou-se em vantagem. O Belenenses, até ao intervalo, apesar de todo o esforço desenvolvido, não conseguiu chegar ao golo. E era preciso mais do que um golo: o empate não bastava. Algum desânimo começava a insinuar-se...
Ouvi um dia, no Restelo, da boca do campeão sobrevivo Artur Quaresma (como outras pessoas ouviram em outras ocasiões – cfr. os excelentes artigos de Henrique Amaral e Luís Oliveira), que, no intervalo, alguns jogadores mais experientes ou mais frios (entre os quais ele próprio) reuniram a equipa, procuraram readquirir a calma e reagrupar as forças, dizendo: “Nós temos que ganhar isto!”. E ganharam!!!

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A equipa cerrou fileiras e foi para a frente, à procura dos golos. Aos 66 minutos, o Vasco, o grande e inquebrantável Vasco fez uma das suas arrancadas, foi por ali fora, junto à lateral direita, ultrapassando todos os adversários que se lhe colocavam no caminho. Só em falta foi travado. Do livre, resultou o golo, apontado por Andrade.
Faltavam 24 minutos e era preciso mais um golo. A nossa equipa agigantava-se agora. Vasco parecia um Titã. Aos 77 minutos, foi ele novamente a invadir o meio-campo contrário e ceder a bola a Quaresma. Arrancou este para a área contrária e disparou o remate que, à boca da baliza, Rafael desviou para golo. Era o 2-1. Tínhamos o Campeonato ao nosso alcance!
Seguiu-se um quarto de hora de ansiedade, apesar do Belenenses dominar o jogo completamente. Até que soou o apito final. Erguidos todos num abraço ao treinador Augusto Silva, os atletas azuis, banhados em suor e lágrimas gritavam “Belém! Belém! Belém!”, enquanto o público belenense invadia o campo para celebrar.

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Belenenses Campeão! Meu Deus, quanto queremos voltar a ver, a ler, a ouvir, a gritar isto: BELENENSES CAMPEÃO!

E a festa alastrou de Elvas até à capital (com ecos em todo o país). A aproximação e chegada a Lisboa da caravana belenenses foi apoteótica.
Milhares de belenenses tinham-se deslocado a Elvas, em carros, camionetas e por comboio... Aqui e acolá, gente acenava e festejava nas estradas. A partir de Setúbal, foi sempre em crescendo: havia aclamações em praticamente todas as localidades por onde se ia passando, cada vez mais intensas à medida que se aproximava a margem Sul do Tejo. Em Cacilhas, o largo principal, em frente do local onde se apanham os barcos, estava repleto de pessoas, que queriam festejar o título e vitoriar os jogadores. Do outro lado, avistava-se o Cais do Sodré inundado de gente, que se ia tornando mais nítida à medida que o barco se aproximava. As aclamações estenderam-se desde o Cais do Sodré, por toda a Avenida 24 de Julho, ladeada por milhares de pessoas, num cordão quase ininterrupto, com inúmeras bandeiras do Belenenses, até (uns bons 5 kms depois) culminar entusiasticamente em volta da nossa, tão nossa, estátua de Afonso Albuquerque (ali onde o clube nascera) e diante da sede em Belém, onde os jogadores, em especial o Capitão Amaro, e também o treinador Augusto Silva, vieram à janela agradecer os aplausos e incentivos. A festa do Belenenses!

Ad eternum aqui ficam os nomes dos jogadores campeões nessa época:
Mariano Amaro, 22 jogos (o capitão da equipa);
Artur Quaresma, 22 jogos e 14 golos;
Serafim Neves, 22 jogos;
Vasco Oliveira, 22 jogos;
Armando Correia, 21 jogos e 14 golos;
António Feliciano, 20 jogos e 2 golos;
Francisco Gomes, 20 jogos;
António Capela, 19 jogos;
Rafael Correia, 19 jogos e 12 golos;
Manuel Andrade, 14 jogos e 19 golos;
José Pedro, 13 jogos e 6 golos;
António Elói, 10 jogos e 1 golo;
Mário Coelho, 9 jogos e 4 golos;
José Sério, 3 jogos;
Francisco Martins, 2 jogos;
Mário Sério, 2 jogos;
António Martinho, 1 jogo e 1 golo.

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O treinador foi o imortal Augusto Silva: aos três títulos de Campeão de Portugal ao serviço do Belenenses, juntava agora, como treinador – o primeiro português a consegui-lo – o título de Campeão Nacional.