Anda meio mundo a insultar alemães e franceses por causa da proposta de obrigar os investidores a suportar os custos de uma reestruturação. Faz sentido? Não. A situação actual, de salvar os países em dificuldades (v.g. Grécia), é perversa: como os mercados sabem que o 'bailout' é garantido, não se preocupam com o risco. Se ocorrer um default, sabem que alguém estará lá para suportar os custos do salvamento.
Sejamos honestos: se alemães e franceses estivessem no nosso lugar (gastando para além das suas capacidades), aceitaríamos pagar o seu 'bailout' sem protestar? É óbvio que não.
Dito isto, importa analisar a proposta. Ela é perfeita? Não. Desde logo porque não se conhecem todos os contornos (Teixeira dos Santos tem razão quando pede a sua clarificação). A proposta foi divulgada ao bom estilo da senhora Merkel, uma azelha em questões financeiras: de forma apressada… e incompleta. Coisa que os mercados odeiam.
A proposta faz sentido? Faz. Desde que a regra se aplique a todos e não possa ser suspensa. Recorde-se que no início desta década foram alemães e franceses que afastaram, em benefício próprio, as penalizações do Pacto de Estabilidade e Crescimento, para a violação do limite de 3% do défice orçamental.
Havia alternativas? Havia. Bastava que a União levasse a sério a ideia de federalismo, criando um Tesouro europeu: instituição independente dos governos nacionais, com mandato para fiscalizar as finanças nacionais e obrigar (sob pena de sanções) a correcções. Mas isso ninguém quer fazer. Com o argumento da soberania fiscal. Como se existisse alguma soberania nas condições actuais…
(Camilo Lourenço - Jornal Económico de 12 de Novembro de 2010)
*bailout = resgate;
*default = incumprimento calculado;
PS 1: Cá por mim, farto destes dois trambalazanas minorcas e flácidos, mandava-os levar onde levam as galinhas...! Como? Apelando ao pagode para consumir produtos Portugueses (iva a 15%) e devolvia a estes dois EUsinhos xénofobos, muita da merda que nos impingiram, desrespeitando os respectivos contratos;
PS 2: É que estes dois- ta-ra-tan-tans, andaram a financiar-se antecipadamente nos mercados internacionais a 1,5 e 2%, venderam material de guerra aos tontos dos governos que iam receber fundos da CEE, ou seja, deram com uma mão e depois tiraram com as duas, e não satisfeitos, ainda retiram o tapete para os especuladores amigos encherem a mula;
PS 3: Eu já comecei a o "protesto", deitei fora 3 electrodomésticos desta sacanagem à porta das respectivas embaixadas, e substitui por marcas portuguesas, o Belenenses podia fazer a mesma coisa, mas por favor não devolvam o keeper Christoph Semmler, antes um artefacto qualquer, mesmo que seja empréstimo temporário, há que comprovar o patriotismo...;
