País Tulicreme do Centralão


bpn, bpn,
aqui ninguém geme,
a não ser o contribuinte,
a quem saiu a fava,
que bufa, mas sempre paga,
a gestão dos biltres.

bpn, bpn,
noites de micareme,
madrugadas de foliões,
farras e aquisições,
compras de milhões,
e vendas de pedinte.

bpn, bpn,
besunta, põe mais creme,
evita dolorosas fricções!
o forró era evidente,
para quase toda a gente,
menos prá governação.

bpn, bpn,
barriga d´aluguer,
não de puta qualquer,
mas do centro do poder,
de canalha séria, mas rica,
que tudo fode e trafica.

bpn, bpn,
bomba ao retardador,
também comprei e vendi,
graças ao Nosso Senhor,
ganhei muito, nada pedi,
sou um professor, doutor.

bpn, bpn,
este país tulicreme,
fede muito, mas não geme,
cala e paga muitos poleiros,
qual bando de cordeiros,
prontos pró sacrifício.

bpn, bpn,
ladrões e sinecuras,
falcatruas, marionetes,
manetas e maneletes,
de coche ou de pantufas,
devorando suas trufas.

bpn, bpn,
o rosto de canalha fina,
que rouba e trambica,
com sorrisos de santidade,
enquanto o pagode paga,
e cala, lavando a sujidade.

bpn, bpn,
merecias outro final,
com algemas e espadas,
sentenças justas, pesadas,
todos os nomes na praça,
e o sol aos quadradinhos.