37 Anos a "Cimentar" Abril ...



Neste trigésimo sétimo aniversário de Abril de 74 que convém dizer ou assinalar?

Que os portugueses em geral vivem melhor?

Que a justiça é célere e racional para todos?

Que Portugal passou a país mais respeitado em todo o mundo?

Que legaremos aos nossos filhos e netos um futuro mais risonho?

Que os portugueses em geral estão mais esclarecidos quanto às questões nucleares do país?

Que há mais civismo nas estradas?

Que os políticos profissionais respeitam quem dizem representar?

Dúvidas que assaltam os espíritos e que nem precisam de respostas, tal a evolução do regabofe a que fomos alegremente conduzidos por esta democracia representativa e musculada do centrão, que não é mais que a conjugação dos interesses do "tresaddam" tetas-ricamente- espetadas-sempre-à-disposição-dos-adorados-muchachos..., mesmo na maior crise de tesura por eles criada.

Mas talvez seja preferível falar-se de 7 histórias "desconhecidas e incontáveis", vividas naquelas 72 horas e seguintes, de muita entrega sã, conjugadas com traições e aproveitamentos vários.

1 - Do célebre comandante da fragata NRP "Gago Coutinho", que andou em manobras evasivas no Tejo ameaçando Salgueiro Maia e Andrade e Silva! Poucos saberão que o célebre homem da ponte se chamava Cdt. Louçã! Esse mesmo, pai do actual "camarada" Chico ....

2 - Que o jovem tenente que o prendeu e sublevou a guarnição, evitando que a tradição revolucionária da MGP fosse manchada, foi depois perseguido, preterido nas promoções e teve de abandonar a marinha, para ter um futuro digno...

3 - Que Salgueiro Maia com a sua sensatez e inocência quanto a quezílias partidárias, foi o principal responsável pelo não derramamento de sangue e a chamada, Revolução dos Cravos!? Bastava ter corrido com Supico Pinto e rejeitar o pedido do Prof. Marcelo Caetano (que "exigia" só entregar o poder a um general) e o "ter entregue em Acto Revolucionário e Genuíno ao General Povo, em actividade frenética frente ao quartel do Carmo ...

4 - Que o General que sempre esteve com o MFA era Costa Gomes e não outros, como Kaúlza de Arriaga, Silvério Marques e Galvão de Melo (que à vez tentaram controlar o movimento)...

5 - Que a pide na António Maria Cardoso era o objectivo destinado à Companhia de Comandos, que a deveria dominar e ocupar, tendo o seu comandante Jaime Neves considerado não consentâneo com a capacidade de uma força de elite...

6 - Que a sigla PC, vezes sem conta difundida e falada naqueles momentos, queria dizer Posto de Comando e não Partido Comunista, como alguns democratas de 26, 27 e dias seguintes, tanto temiam...

7 - Que Salgueiro Maia, verdadeiro anti - herói, foi desprezado ainda em vida por alguns daqueles que colaboraram com a pide, e mais tarde o "honraram" a título póstumo...

Talvez seja por todas estas contradições ainda toleradas, que o grupo do "tresaddam" faz o que quer dos Portugueses, sobretudo dos que trabalham e labutam honestamente por ter uma vida melhor e um país mais digno.