Contra Ponto - Telha Estafada



Fryderyk Franciszek Szepen
, nasceu a 1 de Março de 1810 numa casa apalaçada de Zelazowa Wola, Ducado de Varsóvia - Polónia, filho de mãe polonesa e pai francês expatriado (professor de francês no Liceu de Varsóvia, hoje Universidade de Varsóvia, local em que manteve a prole de 1817 a 1827, primeiro num vasto apartamento e depois num sumptuoso anexo).

Estamos a falar do menino prodígio Chopinowi, ou se preferirem Frédéric Chopin, como tanto gostam de dizer os franciús!


Pois este rapaz ao 7 anos já compunha polonesas e marzurcas e dormia com rolhas de cortiça das garrafas de vinho entre os dedos, não que fosse um copofónico inveterado (de vinho do Porto ou outro qualquer dos tesouros do reino do Deus Baco), mas porque queria ser um extraordinário pianista, e para melhor executar as composições musicais que genialmente criava, era preciso ganhar melhor abrangência entre dedos para melhor dominar o teclado.

Foi considerado o Poeta do Piano e da Música, dado que quando tocava, as suas composições falavam directamente para os corações dos seus ouvintes.

Consta que as suas últimas palavras em Out/49 foram : "... depois de eu morrer, toquem o requien de Mozart em minha memória..."! Antes havia exigido que lhe retirassem o coração do corpo e o preservassem em álcool (há quem desconfie que terá exigido em conhaque!!!). No seu funeral para o cemitério de Père Lachaise - Paris, choraram 3.000 pessoas.

Actualmente está sepultado na Igreja de Santa Cruz - Varsóvia, para onde foi levado mais tarde pela sua irmã, estando inscrito na lápide colocada sobre o pilar onde repousa: "...onde estiver o seu tesouro, lá estará também o seu coração...". Especula-se que o tesouro pode querer significar o seu corpo, outros adiantam que é a taça com terra do local onde nasceu, enviado por amigos para França, aquando do seu "exílio" da terra amada...

Chopinowi ou Chopin, para ter melhor abrangência do teclado do piano, dormia desde os 7 anos com rolhas de cortiça entre os dedos das mãos!

Nós Belenenses que queremos ser de novo um dos maiores do desporto em Portugal, há mais de 7 anos que colocamos rolhas de cortiça nos ouvidos para dormir "melhor", e alguns, óculos bem escuros ou vendas...!!! Mas suspeito que mesmo a dormir, continuamos a palrar uns contra os outros em voz alta! E todos ao mesmo tempo.

Talvez possa ser do ADN dos rapazes da praia e de termos nascido num modesto banco de jardim, em vez de num soberbo berço de ouro, que advém esta necessidade de "berrar" para sermos ouvidos, "maus" hábitos de portugueses arabisados!

Quem muito berra nem sempre é quem tem mais razão! Às vezes é só porque tem mais pulmão e mais descaramento. Conheço até um artista de várias práticas nada recomendáveis, que tem só um pulmão e conseguiu fazer-se ouvir na bancada oposta e em plena recta da meta do autódromo do Estoril, aquando da largada de uma corrida de F1. Acreditem que é verdade! Ambos estão vivos e podem confirmar.

E chegado aqui, digo-vos om sinceridade que não haverá mais sossego no Belenenses, nem qualquer hipótese de sobrevivência digna a estas crises, enquanto não formos inteligentes e solidários, enquanto não sepultarmos de vez o passado, qual sarcófago nuclear!

Pela minha parte acabaram as más recordações, a não ser que ocorra um terremoto grau 11.

E reafirmado isto, podia deixar-vos com o requien de Mozart, certamente um trecho mais que ajustado para o estado actual das coisas no CFB, mas porque julgo que ainda há esperança, que o dever chama todos incondicionalmente, não vos deixo com os "nocturnos" de Chopin (já houve demasiada escuridão), nem com as "fantasias" (que também já as sofremos e ainda correm nos dias de hoje) ou "mazurcas" (demasiado musculadas e que nos levaram ao buraco), mas sim com a Polonesa em A, op. 40, nº. 1 Militar.

E não é por acaso que sai versão militar, se continuar o triste folclore e a nação azul não se unir, isto só vai mesmo há cachaporra e com férrea disciplina, nem que tenha que desenterrar o Afonso de Albuquerque.

Chopin teve 3 000 amigos e admiradores sinceros que choravam no seu funeral, nós teríamos muito menos e uma parte significativa seriam reles carpideiras.