Contra Ponto - Telha Extra


Boas Companheiros,

Quem aqui posta é um apaixonado que sofre e vibra só com alegrias do Clube de Futebol Os Belenenses, apesar de ter praticado hoquei em patins no Hokey Club Madeira e no Marítimo, bem como karaté (shotokai) dos 8 aos 51 anos em várias outras colectividades.

Para falar ou postar sobre o Belenenses, não são necessários papeis, apenas e tão só abrir o coração, ir a cada departamento das emoções vividas e deixar transbordar os rios, tantas as registadas e arquivadas, nem todas com final feliz e azul.

É o que dá quando o bicho homem se atravessa e esquece o colectivo em detrimento do EU. Para mim os interesses do Clube sempre estiveram e estarão à frente do pequenino ditador que existe dentro de cada um de nós, sempre pronto a catapultar-se para o ridículo, ainda que alcance a ribalta da zombaria apenas por breves instantes.

Nunca tive problemas ou recusei falar com alguém, desde que o assunto seja de
exclusivo interesse do único Clube que me ocupa o coração, o mesmo não posso dizer da minha vida profissional e pessoal, onde quando entendo cortar, é departamento definitamente encerrado.

Nunca gostei de levar desaforro para casa e acreditem que particularmente nunca levei, do Belenenses não poso dizer o mesmo, mormente porque não cumpri o juramento feito na campa de meu avô José Nóbrega, naquela triste tarde de 16 de Dezembro de 1990 (relativamente a acontecimentos previsíveis na AGE do dia seguinte), quando acabado de dar descanso final à minha querida avó Maria José, liguei o rádio e exultei com a vitória do Juventude de Belém em Sazabrense para a Taça de Portugal, com os dois golos de Mirandinha, tendo o baque esperado com o "frango" de Mihaylov que deu o 2-3 ao União da Madeira, porque sabia da cantatta de ex dirigente do clube, habituado a estas trapaças na sua vida pessoal, profissional e desportiva. Ia ganhar 800 cts. mês, o dobro do que auferia anteriormente e foi de vela, por actos desportivos lesivos da vida do clube, antes da nossa posse. Nunca perdoou.

Pois para arrematar e finalizar esta história, faço uma pequena súmula do ocorrido entre a campanha e a AGE de 17 e deixo umas dicas quando ao herdado da direcção de sucesso de MRF, qual abacaxi para descascarmos, relembrando que não houve transmissão formal de pastas ou departamentos, apenas o vice das instalações, Sr. Leitão a nos receber sozinho, abrindo portas e entregando chaves ao José António Matias. Sintomático!

- 3 meses de ordenado aos jogadores e todos os prémios de época, a);
- idem para os funcionários;
- 2 meses sem receitas;
- Belarte (pub. estática) antecipada em Abr/25 mil contos, vencia-se em Set;
- 1ª. factura da Dolmen (piscinas) p/liquidar 54 mil contos, b);
- 15 mil contos para liquidar a vários fornecedores;
- equipamento diadora para 90/91 já adquirido, c);
- tesouraria com -000;
- algus jogadores habitues da casa da lanterna vermelha, d);)
- Mihaylov e Sadkov reivindicando 15.000§ em falta, e);
- Zé Mário e os apelos da sua igreja Brasileira;
- Xerife tonto e sem mão nos jogadores;
- telefones para os craques falarem todos os dias p/estranja à borla;

a)-fomos até à 1/2 final da taça, derrota em casa c/Farense por 1-2;
b)-contrato manhoso, sistema forfait (factura apresentada e 15 dias para a liquidar, após o que passa a vencer-se juros, caso não haja contestação justificada do dono da obra), convite particular (autorizado pelo Mirandela da Costa), empresa sem alvará e constituída 15 dias antes, orçamento de 177 mil contos. Nenhum auto de medição ou acompanhamento da obra, dos 54 mil reclamados, + de 50% eram trabalhos a mais(impermeabilizações????), já viram algum orçamento credível sem este item? Eu não!

c)-Nestes equipamentos saltaram-me logo â vista, o custo dos ténis de passeio, com desconto especial custavam 14 contos e eu para o meu filho sem favor, comprava a 11 contos;
d)- Casa de meninas "sérias" nas imediações do estádio, onde alguns "profissionais" descansavam, após o almoço e andavam à tareia, com dirigente bem conhecido por perto;
e)- Ambos os jogadores reclamavam o pagamento desta verba (regra geral antes de entrarem em campo), segundo eles, retiradas ilegalmente dos seus ordenados sem ninguém lhes explicar o sucedido, à priori, tratavam-se de contratos estabelecidos brutos/líquidos e após acordo de V.Loureiro com A.C.Silva, o clube começou a cumprir com os descontos sem avisar?! Curiosamente ambos no fatídico jogo com o União da Madeira, um jogou o outro não, sorriram e nada reclamaram. Mais tarde na Bulgária o "frangueiro" Mihaylov confessou-nos ter sido cantado para o perder o jogo por 2-3!!! Querem que VOS faça um desenho?

Quanto aos putativos candidatos em 90, de um total inicial de 6, 1 desistiu e juntou-se a nós (Sr. Rui da Cruz, candidadato da continuidade, apoiado por uma parte da realeza), Ferreira de Matos resistiu aos cantos de sereia e chantagens várias para desistir e juntar a outas listas como vice, Baptista da Silva era o candidato da feroz oposição a MRF (Presidente eleito antecipadamente).

Nas mais concorridas e participativas eleições, com filas e várias horas de pé para votar, Lista B (5.491 votos), Lista D (7.143), Nulos = 49 e Brancos = 22. Vitória em todas as urnas, sem espinhas ou chapeladas.

Noite da consagração, telefonema de Acácio Rosa, apoiante tolerado por BS (leiam o prefácio do livro de Ana Linheiro), faz exigências lunáticas de nomear 19 vices, ele, o filho, o neto, o Fonseca e Costa, e outros costas. Nós recusamos e começou o mau perder e a democracia musculada da cacicagem perdedora, ameaças, jantares no Galeto a preparem o assalto e como não conseguiram, instrumentalizaram FM, que sem ninguém lhe encomendar o sermão por parte da direcção, fala na AG de Junho: -"...em Auditoria exaustiva às contas... e... livro branco do bingo...! Conforme encomenda dos perdedores, que atiraram a pedra, sem mostrarem a mão!

Demissão de Rui da Cruz em plena AG, nova eleição para a MCF, aparecendo lampeiro AR que propalava aos sete ventos ir desta vez meter a mão nas contas para saber como saía o dinheiro do Clube! E do nosso lado, Luís Santos e Mário Miguel. O sr. AR foi pela primeira vez a votos e obteve 36% contra 64% de LS. Nunca mais tivemos sossego. com FM a ir sempre na onda acaciana e enterrar 180 mil contos no clube, dado que recusou subscrever o empréstimo de 500 mil contos a banco dos EUA com juro de 2%. Sem hipotecar nada, apenas dando garantias pessoais de toda a direcção e exigência dos nossos fluxos financeiros serem canalizados para aquele banco!!!

Esta recusa baseava-se na alegada disponibilidade do senhor para meter do seu bolso numa fase inicial 100 mil contos, podendo ir até aos 500 mil?! E sem juros...

Curiosamente quando apareceu a factura da Dólmen, chamou-me a mim e ao JAM, dizendo que íamos repartir o montante pelos 3, e começou a emitir o seu cheque...

Quando as coisas azedaram e governou sozinho e a seu belo prazer, foi assinando cheques pessoais e enterrou 180 mil contos que nunca viu nem verá, as sucessivas direcções limitam-se a amortizar as quotas anuais...

Nós posteriormente tivemos de subscrever 2 livranças em nome do clube com garantias de bens pessoais dos vices, tal como pagamos do nosso bolso a traição que fizeram ao Juventude de Belém, com o jantar no varanda Azul aos jogadores, treinadores, masagistas e respectivas esposas. Não foi o CFB, fomos nós, perguntem ao Armando Rocha.

Na tarde de 17 de Dezembro de 1990, revendemos a bomba junto da bancada nascente por 250 mil contos à Móbil. Decuplicamos os 25 mil da era MRF à BP e recebemos um cheque de 75 mil contos, entregue no restaurante Madeirense cerca das 16h00 pelo director financeiro daquela petrolífera, na presença dos jornalistas da TSF, David Borges / Lourenço e outros colegas, onde também estava o nosso amigo António Estrelado, Gerente da Nova Rede - Parque Anjos / Algés, Entidade com que o Belenenses tinha relações financeiras e várias contas, cujo cheque lhe foi entregue para como fiel depositário momentâneo, o depositar numa delas e emitir dois de cheques 37 mil e 500 cada, afim de efectuarmos 2 apólices de caução para 100 mil contos cada, dinheiro para suprir despesas correntes, pagar atrasados e investir no futebol e amadoras, no ténis, o Sr. Appleton Figueira ia construir mais 3 campos e António Henriques 2 ringues de hoquei!

Quando desci as escadas rolantes das Amoreiras perto das 19h10 com o António Estrelado, tive um reles pressentimento, e solicitei a AE que incomodasse o colega e tirasse 3 fotocópias A3 na NR do rés do chão do Amoreiras, ficando ele com uma e eu as outras duas e com o cheque para o Presidente Substituto Cabrita (primeiro orador da direcção o apresentar na AG, eu era o último orador), e cada um foi à sua vida até nos encontrarmos de novo no pavilhão mas sem trocarmos palavra.

Depois foi a continuação da orquestra sabiamente orquestrada no Caravela de Algés, cujas noticias tive em cima da hora, porque sou amigo da família Lopes há muitos anos, e, felizmente para mim, um requerimento manhoso e anti-regimental, foi tolerado por José Segarra, homem culto e educado, farto de tumultos e algazarra (porque barrado à entrada do pavilhão pelos subscritores da AGE e como não trazia o seu cartão de sócio teve de voltar a casa), e quando faltavam 4 oradores inscritos para eu fechar a ronda da direcção, venceu a arruaça sem rumo, a cobardia, os pides e legionários com mau perder, os 19 esquerdalhos que à viva força queriam ser vices, e os dois herdeiros da tômbola em pânico, com os seus arrivistas da UGT - manuel 25 e quejandos, alguns verbos de encher e outros que ainda por aí arrastam os ossos.

Para mim alguma sorte, mas para 250 cabeças de porco devidamente identificados e registados, toda a sorte do momento (sobrou 4 oradores até eu os começar a despachar a todos). Paz aos que já bateram a bota.

De referir que o cheque estava em poder de Joaquim Cabrita, os assaltantes nem o deixaram mostrar à assembleia, tão certos estavam de que iriam deitar-lhes a mão com os faxes que nessa mesma madrugada remeteram para todos os bancos onde existiam contas do Belenenses, só que há burros que nunca aprendem, nessa mesma madrugada, alguém cativou o cheque e libertou as 2 livranças efectuadas com garantias patrimoniais de todos os vices. Presumo que a não ter sido assim, ainda hoje estaríamos a pagar.

Nos entretanto, que deixamos como legado:

- + 150 mil cts a receber da Móbil (devolvendo o sinal de 25 mil à BP);
- Pedido verbal ao Dr. Jorge Sampaio na sua última visita ao Restelo e em campanha para recondução na CML, do parque Sul, afim de efectuarmos um pavilhão em redondo, tipo maracananzinho, para espectáculos de música ao vivo de 20 em 20 dias (os iluminados depois queriam fazer uma central de camionagem porque era "muito rentável", já naquela altura havia quem não ganhasse para pagar os seguros, existindo 3 carros com a mesma matrícula a circular em três zonas distintas do país com a mesma apólice);
- idem para novas Bombas da Av. das descobertas (ascendente e descendente), dado que teria de haver paridade com a estarolagem e o Atlético;
- Equipa de futebol a 3 pontos da salvação, com 50% dos jogos por disputar mais um, repetição do jogo protestado com o Guimarães, arbitrado pelo bêbado Bento Marques;

Todos sabem, o resto da história, clube na 2ª. com 51% dos jogos por disputar e a 3 pontos da salvação, com tanta sapiência ao leme! Um grande saco de gatos e cães que nunca se entenderam, com muitas carraças e pulgas alapadas. O que nunca deu nem dará bons resultados. Não respeitaram o negócio com a Móbil e continuou a BP!? Que pagava menos!!!??? Porquê !!!??? Extraordinário???!!!

Sem mais comentários ou qualquer ponta de ressentimento.

Viva o grande Belenenses e os que os servem e amam sem qualquer interesse.

Saravá António Estrelado! Continuas a ser um desses. Abração.