Inqualificável!

Expresso a minha incredulidade face às declarações e à postura evidenciada na Conferência de imprensa de sobre a situação do Andebol por parte do Sr. Presidente da Direcção. Mas não há limites para a pouca-vergonha?

Quem aprova um orçamento?
O Vice das modalidades?
Sozinho?

É ele que assina os contratos com os patrocinadores que (supostamente) roeram a corda?

Ou nunca houve contratos e assumiu-se um orçamento sem esses contratos, passando à assinatura de contratos com atletas e outras despesas inerentes à modalidade sem esses contratos assinados?

E crucifica-se aos olhos de todos os sócios, adeptos e país desportivo em geral, o Vice-Presidente das Modalidades? Arranja-se um bode expiatório e já está? Mas que raio de princípios vos orienta meus senhores da direcção?

Que raio de princípios temos nós, todos os sócios do C.F.B. que são Belenenses, se aceitarmos e engolirmos esta (mais esta) trafulhice?

Estão a brincar com o Belenenses? Nem numa direcção a sério, com Vice-Presidentes (com pelouros definidos e devidamente comunicados aos sócios, ao contrário desta direcção) se aceitaria que o Vice-Presidente agisse por si só com esta responsabilidade e autonomia financeira, assinando contratos, quanto mais numa direcção como a que (infelizmente) temos (por mais democraticamente eleita tenha sido).

Ora a meu ver a responsabilidade desta situação é muito especialmente daqueles dois que hoje aparecem em conferência de imprensa como os "salvadores da pátria", anunciando medidas que nem num hipotético "Carrascaleira-de-Baixo Chinquilho Recreativo Clube" seriam admissíveis. Estes que aparecem agora como empresa de saneamento da porcaria que o Vice-Presidente Vitor Ferreira supostamente fez sozinho como querem fazer crer. A responsabilidade é principalmente destes pois o primeiro porque é o Presidente e não cabe na cabeça de ninguém que não passe por ele a aprovação do orçamento das "amadoras". Se não passa é incrível/inadmissível que não passe pois a decisão final deve ser sempre de quem tem a visão global. O segundo, porque o orçamento passa certamente pelo Vice-Presidente para a área financeira. Não pode não-passar. O Belenenses é sui-generis e especialista em aberrações (não preciso dar exemplos que a memória colectiva é curta mas não tanto) mas esta não lembra ao diabo. Só falta virem desculpar-se por estarem a duodécimos do orçamento de 2006 (último aprovado), como se fossem obrigados a gastar dinheiro que não existe. É descabido o argumento, mas já me habituei a coisas muito deste estilo vindo desta direcção e da antecessora.

E isto, aposto (mas desejo o contrário), deverá ser apenas a ponta do icebergue. É apenas aquilo que a sua infeliz condição já não deixa esconder. Temo pelo que vem a seguir, mas é tempo de agir.

O Belenenses não pode estar refém de uma situação destas e é preciso que alguém idóneo e não conotado com nenhuma tendência actue. É para isso que existem orgãos próprios e de competências estatutariamente definidas.

Principalmente QUERO DEIXAR UM APELO À FIGURA HIERÁRQUICA NÚMERO UM do Belenenses, o Sr. Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, apesar dos seus altos valores de lealdade para quem o convidou a encabeçar a lista, o Sr. Presidente da Mesa da Assembleia-Geral uma pessoa por quem tenho a maior admiração intelectual e como personalidade corajosa que não ousou, em momentos muito complicados da história recente deste país, actuar com firmeza e doesse a quem doesse, resistindo a pressões inimagináveis, afrontando mesmo os mais instalados interesses correndo mesmo riscos que não consigo dimensionar, sapiente de que a sua lealdade vai para com valores mais altos dos que os interesses particulares de quem se alapa ao "poder" para lá do razoável e para lá do que a sobrevivência do próprio Clube, ou de parte importante dele aguantaria, dizia, Sr. Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, actue e actue rápido em nome dessa sobrevivência. O seu, O NOSSO BELENENSES precisa de si mais que nunca.

Caros consócios, se os orgãos eleitos e não-eleitos não cumprem o seu papel, já que o Conselho Geral não actua e se o Presidente da Mesa da Assembleia-Geral não actuar também, então usemos dos direitos estatutários que nos assistem e tomemos em mãos a tarefa de dar ao Belenenses uma direcção digna do Clube de Futebol «Os Belenenses». É lamentável que tenhamos chegado a este ponto, mas erros sucessivos, gravíssimos, com declarações públicas gravíssimas e não desmentidas, desonrando compromissos que assumiu solidariamente com o resto da direcção há meses atrás apenas, não há mais margem para erro. Sou sensível ao drama e à dimensão humana do problema de saúde que afecta Cabral Ferreira, mas sou não sou suficientemente estúpido para misturá-los e confundi-lo com o Belenenses e o estado para que foi arrastado pela gestão ruinosa liderada pelo mesmo Presidente muito antes dessa condição se tornar notória e incontornável.

Citando Acácio Rosa (1991): "Belém, ACORDA! O Clube está em perigo."

Estamos à beira do abismo e vamos continuar a dar passos em frente? É para acabar com toda e qualquer réstea de credibilidade que ainda tenhamos? É para acabar com o Clube de Futebol «Os Belenenses»?