Não ter medo e assumir responsabilidades

É importante que não permitamos que a AGO de 3 de Dezembro se transforme em palco de confusão e desordem. Pelo simples facto de que isso serve exactamente quem mal nos tem gerido. O terminar abrupto de uma AG pode dar-se o que só contribuiria para perpetuar a impunidade e atrasar a responsabilização e o prestar de contas de quem a isso está obrigado.

A criação deste tipo de fait-diverts é típico e há que impedi-los. Oxalá o Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, pessoa que tenho em elevada consideração, saiba distinguir e exercer a sua autoridade. O estado do Clube é tal que não se compadece com tácticas de desinformação.

O que nos resta, enquanto sócios, que não seja botar faladura aqui "nos blogues" ou na Assembleia-Geral Ordinária de dia 3 de Dezembro e caso as respostas e soluções além do Orçamento não nos satisfaçam ou neles não confiemos face à quebra de promessas habitual e à falta de informação e falta resposta habituais a questões directas que são colocadas à direcção, é a de criar uma lista de assinaturas de sócios COM QUOTAS EM DIA (para aí umas 400 para não haver dúvidas como houve em 2006) e apresentar ao Presidente da Mesa da Assembleia-Geral para que este convoque uma Assembleia-Geral Extraordinária para discussão da situação e votação para a destituição (ou não) destes corpos "gerentes".

Importa desmistificar algumas ideia que certos círculos mais agarrados a um certo poder pretendem transmitir e que são erradas:

-- a realização da Assembleia-Geral Extraordinária não implica automaticamente a destituição da direcção, mas implica que num acto civil que se quer ordeiro se exerça um direito que nos assiste moral e estatutariamente enquanto: exigir explicações à direcção e decidir sobre a sua continuidade.

-- serão todos os sócios presentes e não apenas o mínimo de dois terços de 250 mínimos que a convocam que decidirão o que se deve fazer.

-- nunca faltou uma solução ao Belenenses no seu passado e houve mesmo nos priores momentos (vide 1967, 1981/82) quem não abandonasse o barco. Para mais ficou provado nas últimas eleições que alternativas existiam, gostasse-se ou não das candidaturas alternativas (e foram duas – raríssimas vezes houve mais que duas listas a eleições e muitas foram as vezes que só houve uma).


Apesar de todos os esforços para calar e deixar minguar o Belenenses em número de sócios e em participação activa dos mesmos, permanece este direito/dever consagrado nos estatutos e na legislação da República que regulamenta a vida das associações. Só à luz deste objectivo de terra queimada que esta direcção em continuidade leva a cabo, é possível encaixar a inacção no aumento da massa associativa e no permitir o êxodo sem que nenhuma acção de monta seja realizada. Já lá vai o tempo em que eu tinha para mim que se tratava apenas de competência ou inabilidade.

Continua a prevalecer a lógica do quanto mais pequenino e amorfo mais fácil é de controlar. Mas há coisas que nem a passividade dos sócios pode estragar e estas intenções que se percebem como se percebe que 2+2=4, esbarram numa lei. Felizmente.

É para isto que servem os estatutos e por isso que estes devem ser respeitados como lei fundamental. Não há razão para ter medo.


PS: Umas dicas:

1 - A Fúria Azul sozinha deverá ter sócios em número mais que suficiente para isso.

2 - Obviamente que os sócios mais aficionados do Andebol serão especialmente sensíveis neste momento.

3 - Quem organizar esta lista deverá dentro do possível assegurar-se que recolhe assinaturas mediante a apresentação do cartão de sócio com quotas pagas visíveis suficientes tendo em conta o momento que estabelece como limite para entrega da referida lista ao Presidente da Mesa da Assembleia-Geral.

Assumamos as nossas responsabilidades. Os que votaram em Cabral Ferreira, os que não votaram. É vital para se encontrar uma solução viável. O objectivo não pode ser expiar culpas e se elas são listadas é para que se tome consciência e se arrepie caminho, corrigindo a trajectória.

Mostremos se somos Belenenses ou meros borradinhos de medo. Se tenho medo? Claro que tenho mas apenas de continuarmos neste caminho/com esta direcção.

Nuno Gomes