Nesse caso já estou mais descansado...

Hermínio Loureiro quer um campeonato sem "casos"
Rádio Renascença, 21 de Agosto de 2008

O presidente da Liga de Clubes disse em Bola Branca, que estão reunidas as condições para ser um campeonato tranquilo
Na véspera do arranque do campeonato 2008/2009 da I Liga, o presidente da Liga de Clubes, Hermínio Loureiro, em entrevista a Bola Branca, manifestou o desejo de ter uma competição sem casos, depois uma temporada passada que ficou marcada pelo chamado processo Apito Final, cujas consequências são por demais conhecidas.
Hermínio Loureiro entende que estão reunidas as condições para se assistirem a campeonatos mais tranquilos, na certeza que a Comissão Disciplinar estará atenta, de forma a zelar pelo cumprimento dos regulamentos.
O presidente da Liga espera ainda, que em pouco tempo, fique normalizada a questão do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol. Por tudo isto, Hermínio Loureiro deseja equilíbrio, mas particularmente futebol de ataque com muitos golos, em nome dos adeptos, que se querem nos estádios.

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Para começar pego no subtítulo do artigo que acima está reproduzido. . .
"condições para ser um campeonato tranquilo"? Para quem?

É pena que os desejos deste homem tenham tanta força como a sua memória. Esqueceu-se do Caso Meyong, do caso de corrupção do Gil Vicente (tentativa de aliciamento a jogadores do Olhanense quando ambas as equipas se defrontaram na última jornada da Liga Vitalis 2007/08 e em que ambas podiam ainda ser promovidas ao escalão principal.

E é pena que os desejos deste homem tenham tanta força como a sua memória, pois este homem tem elevadas responsabilidades no Futebol Português e para mim ainda não fez nada (nem vai fazer) com impacto forte que mude o centro de influências, que acabe com o monopólio dos três estarolas, que reduza a propaganda a estes três estarolas que nos entra por todos os poros disfarçada de lei da oferta e da procura – desculpa com que nos querem impingir a dita propaganda –, que pugne por uma distribuição equitativa das receitas da LPFP (vide o caso da televisão que permanece em regime de ditadura do monopólio), que permita condições de concorrência leal. E que já agora permita que haja espectadores nos estádios ao contrário de agora em que ajuda a que os não haja e a um nível tal que até nos estádios dos três estarolas já se notou a diferença na época passada e mais se tem notado nesta. E a desculpa da crise é insuficiente para tão notória diferença.

Este homem recusa e não tem coragem para admitir que o futebol profissional (entenda-se totalmente profissional, com regras e quesitos regulamentares apertados – na teoria – e custos elevados de organização) em Portugal não consegue ter dois escalões. 32 equipas a cumprir requisitos e regulamentos inteiramente profissionais! Mas admiti-lo era reduzir a sua esfera de influência. E isso, como político que é, não está na sua natureza.

O mesmo se passa com a comissão de arbitragem e a necessidade de que saia da alçada dos clubes (leia-se LPFP) e das associações (leia-se na FPF). O mesmo quanto ao tribunal do desporto, quanto ao seu contributo para a criação desta instância fora da influência dos clubes e das associações.