Publicamos em seguida algumas considerações do Dr. Ricardo Schedel (Ex-Administrador da SAD e ex-Vice Presidente do clube) e as suas respostas a quatro perguntas que aqui haviam sido colocadas na 6ª feira passada. Foram-nos remetidas pelo consócio Pedro Guedes.
"Por consideração a si (e também aos restantes colegas de ML) respondo, porque não o costumo fazer a quem se esconde no anonimato ou por trás de pseudónimos. Quando intrevenho faço-o de cara aberta e assino com o meu nome. É precisamente por isso que não leio nem respondo normalmente a blogs.
Posto isto, comecemos. E comecemos pelo princípio, até antes das respostas às perguntas que são colocadas. O meu "testamente" é longo, de facto, mas é tudo menos justificativo, ou então temos eu e o Sr. D'Artagnan noções diferentes dessa palavra. Eu não justifiquei absolutamente nada. Limitei-me, isso sim, a provar por A + B que as contas que nos foram apresentadas pelos Srs. Eng. Fernando Sequeira e Dr. Jaime Vieira de Freitas tinham sido manipuladas de forma a apresentarem prejuízo, quando na realidade, e essa é uma verdade insofismável., tinham dado lucro. E rebater, com provas, pois números são números, por muito que isso doa a muita gente, todas as mentiras que vinham a ser propaladas insistentemente e ainda com mais descaramento no Relatório de Gestão e no projecto de Orçamento aprersentado. Para tal socorri-me das próprias contas apresentadas e não de qualquer justificação fantasiosa. Mostrei, apenas e só, que, após anos seguidos de prejuízos, a administração da qual fiz parte com o Eng. Cabral Ferreira tinha, nos dois anos em que lá estivemos, conseguido sempre apresentar lucro. Não há, pois, uma só palavra de justificação, mas tão somente, como disse acima, a prova por A + B de que o último exercício da SAD tinha dado lucro.
Não há no longo "testamento" uma única palavra de auto-defesa, como qualquer pessoa de boa fé reconhecerá sem esforço. Aliás, usei de toda a minha determinação, não para me defender (e não sei onde consegue ver uma só palavra de auto-defesa), mas para defender a SAD, que ganharia decerto prestígio para ela e para o Clube se apresentasse lucro como devia. Defendi, portanto, a SAD contra os muitos não-belenenses que tanto gostam de nos achincalhar. Com a mesma determinação com que a defendi, eu e o Eng. Cabral Ferreira, no Caso Mateus (e não tenho medo de ser rebatido nesta afirmação, pois o nosso "abrir de hostilidades" nesse caso está documentado e publicado), numa altura em que todos nos chamavam malucos e que não queriam que recorressemos com medo de futuras represálias. Fui muito atacado, mas nunca utilizei a ML ou a Comunicação Social para me defender.
Posto isto, comecemos. E comecemos pelo princípio, até antes das respostas às perguntas que são colocadas. O meu "testamente" é longo, de facto, mas é tudo menos justificativo, ou então temos eu e o Sr. D'Artagnan noções diferentes dessa palavra. Eu não justifiquei absolutamente nada. Limitei-me, isso sim, a provar por A + B que as contas que nos foram apresentadas pelos Srs. Eng. Fernando Sequeira e Dr. Jaime Vieira de Freitas tinham sido manipuladas de forma a apresentarem prejuízo, quando na realidade, e essa é uma verdade insofismável., tinham dado lucro. E rebater, com provas, pois números são números, por muito que isso doa a muita gente, todas as mentiras que vinham a ser propaladas insistentemente e ainda com mais descaramento no Relatório de Gestão e no projecto de Orçamento aprersentado. Para tal socorri-me das próprias contas apresentadas e não de qualquer justificação fantasiosa. Mostrei, apenas e só, que, após anos seguidos de prejuízos, a administração da qual fiz parte com o Eng. Cabral Ferreira tinha, nos dois anos em que lá estivemos, conseguido sempre apresentar lucro. Não há, pois, uma só palavra de justificação, mas tão somente, como disse acima, a prova por A + B de que o último exercício da SAD tinha dado lucro.
Não há no longo "testamento" uma única palavra de auto-defesa, como qualquer pessoa de boa fé reconhecerá sem esforço. Aliás, usei de toda a minha determinação, não para me defender (e não sei onde consegue ver uma só palavra de auto-defesa), mas para defender a SAD, que ganharia decerto prestígio para ela e para o Clube se apresentasse lucro como devia. Defendi, portanto, a SAD contra os muitos não-belenenses que tanto gostam de nos achincalhar. Com a mesma determinação com que a defendi, eu e o Eng. Cabral Ferreira, no Caso Mateus (e não tenho medo de ser rebatido nesta afirmação, pois o nosso "abrir de hostilidades" nesse caso está documentado e publicado), numa altura em que todos nos chamavam malucos e que não queriam que recorressemos com medo de futuras represálias. Fui muito atacado, mas nunca utilizei a ML ou a Comunicação Social para me defender.
Por isso as palavras do Sr. D'Artagnan que transcrevo: "para as auto-defesas há sempre a determinação que falta quando se trata de defender o clube de insultos e desrespeitos" não têm, comprovadamente, qualquer ponta de verdade. Antes pelo contrário, se escrevi o tal "longo testamento" e autorizei que se lhe desse publicidade foi precisamente para defender a SAD a quem se estava a faltar ao respeito e não deixar passar impunes umas contas vergonhosas e um Relatório inqualificável que deveria cobrir de vergonha todos os belenenses, incluindo o Sr. D'Artagnan, e que, infelizmente, vai ser o que vai passar para a história do Clube/SAD. E esse ataque à dignidade da SAD foi feito por pseudo-belenenses, que não hesitaram em emporcalhar o nome do seu Clube, aí sim, com determinação na sua auto-defesa, para tentarem justificar a fuga miserável que empreenderam. Seriam a esses cobardes, aqui com toda a propriedade, que se justificavam plenamente as palavras do Sr. D'Artagnan.
Mas vamos às respostas:
Aumentámos muito as verbas dos patrocínios e o contrato com a Sport TV. Sabendo que a quotização e a publicidade do estádio são do âmbito do Clube, não há, dentro dos actuais condicionalismos das relações Clube-SAD, outra forma de aumentar as receitas da SAD. E, olhe, fomos à final da Taça e à UEFA, o que nos trouxe mais de um milhão de receitas adicionais.
Não sei onde leu eu ter dito que dotámos a SAD de grandes activos. O que eu disse é que se conseguiu comprar, valorizar e vender jogadores como há muito se não fazia. E a palavra chave é valorizar. Comprar é fácil: há muito mais oferta do que procura. Valorizar e vender é que é difícil. Veja-se, apenas a título de exemplo, o valor da venda do Cristiano Ronaldo pelo Sporting e o que ele vale hoje. Porquê? Porque o M. United soube valorizá-lo.E mesmo comprados por outros, soubemos valorizar os activos à nossa disposição. E isso faz-se dando oportunidades aos jogadores nos quais se vê potencial, insistindo e não desistindo à primeira má exibição, e, sempre que se sabe haverem olheiros de outros clubes potencialmente interessados, estruturar e fazer jogar a equipa de forma a que sejam realçadas as qualidades do jogador em causa e "camuflados" os seus pontos menos fortes. E isto consegue-se quando existe sintonia entre a administração da SAD e a equipa técnica, como era notoriamente o caso. Foi, por isso, que o J. Jesus disse a certa altura que já tinha "metido" muitos milhões no Belenenses (o que era verdade, se bem que eu não concordasse que ele o tivesse dito e lhe tenha sido chamada a atenção por isso). Percebeu, Sr. D'Artagnan?
Mas vamos às respostas:
Aumentámos muito as verbas dos patrocínios e o contrato com a Sport TV. Sabendo que a quotização e a publicidade do estádio são do âmbito do Clube, não há, dentro dos actuais condicionalismos das relações Clube-SAD, outra forma de aumentar as receitas da SAD. E, olhe, fomos à final da Taça e à UEFA, o que nos trouxe mais de um milhão de receitas adicionais.
Não sei onde leu eu ter dito que dotámos a SAD de grandes activos. O que eu disse é que se conseguiu comprar, valorizar e vender jogadores como há muito se não fazia. E a palavra chave é valorizar. Comprar é fácil: há muito mais oferta do que procura. Valorizar e vender é que é difícil. Veja-se, apenas a título de exemplo, o valor da venda do Cristiano Ronaldo pelo Sporting e o que ele vale hoje. Porquê? Porque o M. United soube valorizá-lo.E mesmo comprados por outros, soubemos valorizar os activos à nossa disposição. E isso faz-se dando oportunidades aos jogadores nos quais se vê potencial, insistindo e não desistindo à primeira má exibição, e, sempre que se sabe haverem olheiros de outros clubes potencialmente interessados, estruturar e fazer jogar a equipa de forma a que sejam realçadas as qualidades do jogador em causa e "camuflados" os seus pontos menos fortes. E isto consegue-se quando existe sintonia entre a administração da SAD e a equipa técnica, como era notoriamente o caso. Foi, por isso, que o J. Jesus disse a certa altura que já tinha "metido" muitos milhões no Belenenses (o que era verdade, se bem que eu não concordasse que ele o tivesse dito e lhe tenha sido chamada a atenção por isso). Percebeu, Sr. D'Artagnan?
Também não sei onde leu que eu "açambarquei" o mérito da contratação do Dady, jogador que não menciono uma única vez no meu "longo testamento". Mas lá está: quando veio todos se riam dele, quando saíu rendeu-nos mais de três milhões de euros. Valorizar, é essa a palavra chave, certo Sr. D'Artaganan? E já agora, para não o deixar mal quanto à minha auto-defesa, vamos agora sim a ela. Apesar de ter saído em Março de 2008, 3 meses antes de acabar a época, eu e toda a gente acha, com razão, que a época de 2007/2008 é da responsabilidade da administração da qual fiz parte com o Eng. Cabral Ferreira e com o Miguel Ferreira. Então, porque carga de água, quando entrei em Abril de 2006, com o plantel escolhido, com o treinador contratado em Janeiro, me há de ser assacada a responsabilidade da descida de divisão (como lhe chama) em Maio de 2006 e não à administração que estava antes e que foi a responsável pelas contratações de jogadores e treinadores? Porque é que eu haveria de ter alguma palavra, fosse ela qual fosse, sobre esse assunto? Se não "açambarquei" qualquer mérito pela compra do Dady, como é notório por quem tiver lido o meu "longo testamento" com um mínimo de atenção e imparcialidade, também não vejo porque hei de assumir qualquer responsabilidade pela "descida" de divisão. E, no dia a seguir, deitámo-nos ao trabalho e na época seguinte fomos à final da Taça e à UEFA. Não foi, Sr. D'Artagnan?
Como já declarei, o Sr. Eng. Fernando Sequeira afirmou na AG da SAD que tinha recebido duas propostas para a venda de jogadores, uma delas, frisou, firme, no último dia de fecho do mercado. Se era algum dos que o Sr. D'Artagnan menciona não sei. Talvez não. Mas pelos vistos existiam mais jogadores no plantel com mercado. Os Orçamentos devem adequar os custos às receitas previsíveis. Foi isso que fizemos e por isso demos lucro. Se continuasse na SAD era isso que eu faria de novo. E continuaria com a mesma política anterior de procurar valorizar os nossos activos. E, assim, quem sabe, se poderia vender algum dos que menciona com desprezo, ou outro que entretanto se contratasse. Mas não gosto de fazer futurologia - não continuei na SAD...
A última pergunta terá de a fazer aos Srs. Eng. Fernando Sequeira e Dr. Jaime Vieira de Freitas, que foram quem fizeram essa afirmação. Mas como se ausentaram para parte incerta, não sei se será fácil... Que eu saiba, e é facilmente comprovável através da contabilidade, os ordenados estavam em dia e os pagamentos ao PEC também. Qualquer outra dívida que houvesse estava plenamente coberta pelo valor em Clientes a 31 de Março (um milhão e 800 mil euros – Relatório de Contas dixit). Por isso,francamente, não sei o que nos poderia impedir de nos inscrevermos para a presente época. Mentir e denegrir a SAD que deveriam defender é muito fácil, não é Sr. D'Artagnan?
Quando lhe vier a paciência para comentar ponto por ponto todas as omissões e contradições do meu "longo testamento" faça-o sem medo, que eu aqui estarei para o esclarecer.
Peço ao Pedro Guedes o favor de fazer publicar esta minha resposta no blog "Belém Livre" para que o Sr. D'Artagnan possa desfazer pelo menos as dúvidas que colocou.
Um abraço (também ao Sr. D'Artagnan),
Ricardo Schedel"
Quando lhe vier a paciência para comentar ponto por ponto todas as omissões e contradições do meu "longo testamento" faça-o sem medo, que eu aqui estarei para o esclarecer.
Peço ao Pedro Guedes o favor de fazer publicar esta minha resposta no blog "Belém Livre" para que o Sr. D'Artagnan possa desfazer pelo menos as dúvidas que colocou.
Um abraço (também ao Sr. D'Artagnan),
Ricardo Schedel"
Breves comentários
Como nunca tivemos em vista polemizar com o Dr. Schedel, e muito menos exaustivamente, o essencial deste post são as suas respostas, publicadas integralmente como recebidas. Portanto, apenas deixarei breves notas:
1. Sob a questão dos anónimos e pseudónimos, é melhor nem falar. Evoca o nojo que não-anónimos (quando convém) anónimos (quando convém) levaram por diante durante anos.
2. Mantenho totalmente o meu pensamento acerca de que no Belenenses os dirigentes (ou ex-dirigentes) só vêm argumentar em força quando está em causa a sua imagem e não a do Belenenses. Isto não se refere exclusiva nem principalmente ao Dr. Ricardo Schedel. Antes fosse. Seria bom. Como gostaria de ver esta altivez quase arrogante nas reacções dos nossos dirigentes quando o Belenenses é amesquinhado na imprensa. Mas nem essa, nem outra reacção. Fica para quando se trata de manter o lugar ou de não se beslicar as suas pessoas. Defender o prestígio da SAD? Acaso o Dr. Schedel o fez com as suas afirmações sobre o Maikon, o Rodrigo Arroz e o Carciano? Ou só interessa defender a SAD do Dr. Schedel e do Engº Cabral Ferreira?
3. Permita-se-me só uma correcção factual: a sua entrada para a Administração da SAD não se deu em Abril de 2006 mas em 3 de Março de 2006, conforme comunicado publicado no Portal Oficial. Faltavam 9 jornadas para o campeonato acabar (jogos com Rio Ave, Braga, Boavista, Marítimo, Benfica, Nacional, Vitória de Setúbal, Académica e Gil Vicente) e, embora a posição fosse muito má, estávamos acima da "linha de água" o que não se verificou no final do Campeonato. A verdade é que não evitaram a descida (quer ela seja considerada "uma desgraça" ou "então, são coisas que acontecem"), excepto pela sorte (ou porventura terá sido mérito da Administração da nossa SAD?!) de terem havido os erros do Sr. Fiúza (um "tipo impecável" 4 ou 5 dias antes do jogo de Barcelos!!!) e através do caso Mateus - que foi uma necessidade mas tremendamente dolorosa. Vivi então os dias mais tristes de muitas décadas de belenense e sim, iremos pagar esse estigma durante muitos anos, sendo aliás impeditivo de grande parte do que se poderia fazer para o Belenenses voltar a ser um clube popular. No entanto, poder-se-á mesmo dizer que toda a gente os (RS e CF) achava malucos e que ninguém os ajudou?! Note-se, a propósito do famigerado jantar, que outros terão partilhado o mérito com o Dr. Nelson Soares na decisão do caso Mateus; mas este não tinha tido culpa na "descida", nem estava a lutar para não ser demitido. Agora bem: os administradores da SAD pós 3 de Março de 2006, um dos quais no início da época se mostrava tão entusiasmado, elogioso e partícipe nos méritos de então, dificilmente podem alijar responsabilidades no desastre, dada a posição do clube na SAD e dadas as funções directivas que no clube exerciam. Quanto à escolha de Couceiro... que dizer?
4. "Aumentámos muito as verbas dos patrocínios", afirma o Dr. Schedel. Estamos num domínio de alguma subjectividade quanto ao que se considera "muito". E aí, ter-se-á que admitir o desacordo. Aumentaram os valores do contrato com a Sporttv mas recebendo desde logo o diferencial, o que inviabiliza para o futuro um aumento de receitas por essa via.
5. Não vejo qual a diferença entre "dotar de grandes activos" e "comprar... como há muito se não fazia". E repetindo: no tempo em que o Dr. Schedel foi Administrador da SAD não foram comprados nem o Pelé, nem o Meyong, nem o Dady (do qual, a propósito, nunca me ri, antes pelo contrário, sempre achei incrível o modo como o Sr. Couceiro lidou com ele).
6. Bem, mas quanto à valorização (agora sublinhada como palavra chave), também não foi no tempo da Administração de que fez parte o Dr. Schedel que o Meyong e o Pelé se valorizaram.
7. Que venderam bem, isso sim, é um mérito que tenho por indiscutível, nos casos do Pelé, do Nivaldo e do Dady. Nesse aspecto, acho, sim senhor, que foi feito algo de muito positivo. A ser verdade o que se disse acerca da possível venda de Ricardo Alvim em Janeiro de 2008, a nota baixa mas continua ainda a ser positiva, no meu entender.
8. É verdade que se foi à final da Taça de Portugal (embora perdendo) e à Taça Uefa (com infelicidade no sorteio) e, já agora, acrescento, ao Teresa Herrera, com participação bastante positiva. São factos. Duvido, é certo, que os Administradores da SAD ou mesmo o treinador objectivassem tais resultados; mas são factos que não podem deixar, objectivamente, de lhes ser creditados em boa parte. No entanto, são igualmente factos o 15º lugar de 2006, o melancólico 8º lugar de 2007/2008, as eliminações à primeira das Taças da Liga e da Taça de Portugal nesta última época.
9. Escreveu o Dr. Ricardo Schedel que não gosta de fazer futurologia. A verdade, porém, é que aparentemente teria que a fazer ao preparar-se a época de 2008/2009, se continuasse como Administrador da SAD - a não ser que (não sei como) tivesse a certeza que iria ser recebida "uma proposta firme no último dia de fecho de mercado". Vamos admitir que o Engº Fernando Sequeira disse a verdade sobre isto... se mentiu tanto, como faz notar o Dr. Schedel (e a mim me parece também que em algumas coisas mentiu, ressalvo desde já), vá lá saber-se se nesse caso disse a verdade?! Igualmente não sabemos se se referia a um jogador recém-contratado, a algum adquirido durante a Administração de que o Sr. Schedel foi parte ou se, inclusivamente, já estava no clube antes disso. O que tenho como certo é que na época de 2007-2008, apesar das vultuosas (e, repito, meritórias) vendas durante o defeso, não foi o plantel dotado de jogadores vendáveis para fazer face às notórias dificuldades financeiras - ou, então, não foram bem valorizados. Do mesmo modo, outros houve que, por não se conseguir renovar contratos, saíram de forma muito pouco compensatória para o Belenenses. Entendo a frase do Dr. R.S. "Se não tivessem sido vendidos o Rolando e o R. Amorim, tinhamos, como é patente, outras alternativas para equilibrar as contas" como um toque de humor negro, por não a conseguir ver de outra forma mais lisongeira.
10. O Dr. Ricardo Schedel tem toda a razão quando fala na questão dos 1,8 milhões de euros não transferidos do clube para a SAD, como devido. Mas isso mesmo, tal como vários outros aspectos negativos da vida do clube e da relação com a SAD por si referidos, não aconteceu igualmente quando era Vice-Presidente da Direcção do clube? E os restantes Administradores da SAD? O Engº Cabral Ferreira não foi Presidente da Direcção do clube desde Maio de 2005 até Janeiro de 2008? O Dr. Miguel Ferreira não foi Vice-Presidente na Direcção do Clube desde Maio de 2007? Enfim, o Dr, Ricardo Schedel não elaborou o orçamento do clube para 2006? Não fazia parte da Direcção cujo líder, numa AG do clube, 10 dias antes do jogo de Barcelos, disse que as coisas até iam bem porque só numa modalidade [o Futebol!!!] entre tantas é que as coisas não estavam a correr bem?
11. Esclareço que não sou apologista das poupanças cegas, que lamento que grande parte das críticas às Direcções e Administrações lideradas pelo Engº Cabral Ferreira tenham sido feitas por essa via preferencial, que apreciei o que o Dr. R. Schedel disse acerca de "puxar o brilho" a jogadores vendáveis quando se sabe que há olheiros presentes.
12. Igualmente esclareço que faço uma apreciação negativa da actuação e demissão do Engº Fernando Sequeira (começando logo na ideia disparatada de que uma equipa de futebol é para ser gerida exactamente como uma empresa), embora ainda espere saber mais elementos para calibrar a medida dessa "negatividade". Um desses elementos, é o seguinte: até que ponto o Engº Sequeira não enfrentou em maior medida algumas (só algumas!) quintinhas que outros Presidentes? Um outro, é este: tendo Jorge Jesus decidido deixar o Belenenses por iniciativa unilateral, o Engº F. Sequeira não accionou uma cláusula indemnizatória prevista para o efeito? Ou ela não existia no contrato com Jorge Jesus? Enfim, que fez o Engº FS dos registos de prospecção de jogadores existente na SAD? Ou tais registos foram levados por Jorge Jesus e deixaram de existir? Ou FS não se interessou por eles?
P.S. - Em tempos, o Miguel Amaral publicou no blog Canto Azul ao Sul um vídeo de 1994 com declarações do Dr. Ricardo Schedel. Acho que em muitos aspectos a sua mudança de opinião (assim interpreto) foi num sentido positivo. http://cantoazulaosul.blogspot.com/2006/09/guerra-antiga-entre-amadoras-e-o.html)