A Quem Serve, Objectivamente, o Abismo? Respostas e Soluções para a Crise, Precisam-se!?



Nestes últimos anos o amor das nossas vidas, adoeceu, continuou a definhar e chegou ao estado neuro-vegetativo dos nossos dias, com a nossa indiferença (se não total, pelos menos parcial), muita conivência, complacência em demasia ou até mesmo, desdém...
E todos sabemos que este amor possessivo, mas genuíno, não admite divórcios, porque é único, ainda que tenha um só sentido, o da nossa entrega total, até à morte, recebendo em troca, de quando em vez, pequenas contra partidas ou constantes desilusões.

Eduardo Lourenço no seu livro "O Labirinto da Saudade, Psicanálise Mítica do Destino Português", editado em 1978, diz acerca da Pátria: "....uma Pátria não deve nada a ninguém em Particular. Ela deve tudo a todos...". Mas o estado e o Povo, esses, sim, muito lhe devem. Muito lhe estão a dever.

Ora no nosso caso particular, o Clube de Futebol "Os Belenenses" é a nossa pátria e é o ADN em que nos revemos, logo não pode haver dúvidas ou dúbias prestações, pelo que o CFB não deve nada a ninguém. Mas há quem deva a sua entrada na ribalta depois de passar pelo Clube.

Saravá Grande Eduardo Lourenço! Os ares dos intelectuais de Lisboa eram mesmo muito sufocantes para a tua Enorme Alma Lusa...

Daí não entender-se o que leva certas supostas elites em auto - reclamarem para os seus membros a tutela e o poder de segurarem o Santo Graal e o delegarem a eleitos escolhidos por sua graça e bênção!

E o que pode levar o povo azul a este estado de indiferença aparente, duma maioria de Adeptos, num universo de cerca de +/- 470.000 (quatro centos e setenta mil) por esse Portugal fora?

Sim, julgo que apesar de todas as privações porque temos passado ultimamente, ainda resistam cerca de meio milhar de almas que sentem o Clube de Futebol Os Belenenses, e apenas esse, a maioria no território português, e cerca de mais uns trinta mil espalhados pelo mundo, incluindo territórios de expressão oficial portuguesa.

E, em contraponto, que fenómeno arrasta minúsculas franjas de azuis cinzentos ou azuis coloridos, para quem o CFB nunca foi o seu primeiro amor ou o amor das suas vidas, em abalançarem-se para realidades para que não estão minimamente preparados, numa miríade de total ausência de projectos sérios ou consubstanciados?

Será que para estes últimos, o CFB é o brinquedo caro que sempre pediram ao pai natal e nunca tiveram no sapatinho?

Será que sentem que o actual amorfismo que grassa entre a massa associativa, dá garantias de sucesso às respectivas faltas de carácter, sendo o momento indicado para usarem o trampolim Azul que os catapultará para outros objectivos?

Responda quem souber, mas de forma séria, pelo menos uma vez na vida, à distante e atordoada Nação Azul.

O deprimente estádio a que chegamos, com enxovalhos públicos quase diários, aceites pela mediania como "medalhas-inevitáveis-e-necessárias-à-futura-e-gloriosa-purificação", deixam alguns de nós com a pulga atrás da orelha!!!!

O sonho do futuro não se contrói, apregoando todos os dias aos 4 ventos e na primeira pessoa, mas é possível levá-lo à prática em união e comunhão com a força do trabalho colectivo e árduo, da humildade, e será tanto mais fácil, quanto menos falarmos e mais trabalharmos, sabendo reconstruir pontes e estabelecer outras tantas, direccionando-as de preferência para todos os pontos cardeais, sem excepção.

Porque o futuro nunca esperará, especialmente por nós! E muito dificilmente o alcançaremos, erguendo indisfarsáveis muros ou estúpidas e inúteis barreiras...

Todos sabemos que a situação em que se encontra o Belenenses, já deveria ter levado as "consciências" que contribuíram, voluntária ou involuntariamente, a apelarem à união de todos com o Clube, de forma clara e concertada, pelo menos daqueles que amam, sentem e serviram o CFB.

Alguns ruidosos silêncios apenas confirmam o que poucos sabem, outros desconfiam e muitos recusam-se a creditar! O Belenenses nunca foi a vossa NAÇÃO.

Mas atenção, os Adeptos e Sócios do Belenenses têm direitos e deveres, logo, não podem ser verbos de encher, nem marionetas, embora alguns gostem desse estatuto.

Por muito que custe a alguns gauleiters, e nem mesmo evocando perigo iminente da NAÇÃO AZUL PERECER, há negócios que não podem fazer-se à revelia da vontade expressa dos sócios, porque é crime, e os crimes, num Estado de Direito, são puníveis e não só porque foram públicos. Portanto não se admirem com futuras consequências.

Não temos dúvidas que a actual direcção está a fazer das suas tripas, algum coração, o que para alguns é muito, mas em nossa modesta opinião, é muito pouco do possível, e não estamos a falar da actuação da sad.

Para quem fazia sua principal e única bandeira pré e pró eleitoral, o cabal e prévio esclarecimento público associativo sobre a real situação do Clube, estamos conversados quanto à teoria e quanto à prática.

É que bater com a mão no peito e questionar na comissão de finanças da AR, responsáveis políticos adversários: de quais as garantias duma verdadeira supervisão sobre o bpn, culpabilização dos responsáveis e qual o verdadeiro buraco..., é figura de estilo, circo e folclore, ainda não puníveis! A não ser por eleitores mais atentos e conscientes, mas só de tempos a tempos. Lá virá o dia em que esta tanga também mudará radicalmente.

No Belenenses que se quer com futuro, rumo ao Século XXII, não serão mais permitidas gincanas. A supervisão de todos os sócios, será efectiva e ao nano-cêntimo.

Como diz a voz popular: SÓ UM POVO ESCLARECIDO, CONSEGUE DINAMIZAR E FAZER PROGREDIR UMA HONROSA NAÇÃO!

A Nação Belenense, felizmente existe, e ainda resiste, por muitos que alguns tentem contrariar, mormente os que sempre acabam por chegar-se à frente com uma mão atrás e sem nenhuma à frente, contrariando doutrinas profusamente declamadas nas ags, tão do agrado das sábias arruaças "espontâneas". Pois! Só porque os tempos eram de crise extrema, não é sério intelectualmente aproveitar-se tal momento, como alguns confessam entre risinhos patéticos aos amigalhaços dos copos; " ... ou entrava-mos agora, ou nunca...!!!
Para fazerem o quê? Estas tristes figuras! Poupem-nos...