É dos livros que só é gaiteiro quem sabe e não quem veste abruptamente uma qualquer tanga e muito sopra na palheta, porque acaba quase sempre esfalfado com a repentina resistência do foleante e traiçoeiro instrumento escocês.
Diz quem sabe, que para além do necessário kilt axadrezado, posição erecta da espinal medula, queixo a 20 graus e olhar fixo no horizonte, passada aprumada e suave (sola paralela e a 5 cm mínima do solo), o bocal deve estar isento de impurezas para o silvo não sofrer distúrbios, sendo obrigatório manter a "bolsa" bem cheia sob o sovaco esquerdo!? NÃO SOB O SOVACO OU PATA DIREITA...
Contudo, os mais experimentados, dizem que o segredo da coisa, é não usar cuecas, afim de que as correntes frescas subam até à petuitária e arejam as fossas nasais, dando um sentimento mais fresco e profundo ao bufo injectado no bocal...
Razão tinha o Eça quando inventou a receita para aturar minimamente políticos! Mudar-se as fraldas de vez em quando. Políticos e de pataco têm sido INFELIZMENTE todas as figurinhas de opereta bufa que caíram de pára quedas nos últimos tempos sobre o Restelo.
Quase todos tocavam e tocam instrumentos inadequados, quase sempre duas oitavas abaixo do tom requerido, desafinando completamente com a orquestra principal e o respectivo maestro.
Ora parece que de momento temos maestros sabedores e sagazes em todas as orquestras, curiosamente nas orquestras de "menor" visibilidade, até os dirigentes são músicos de primeira água, o que aplaudimos e agradecemos, apesar dos instrumentos ao seu dispor serem artefactos de museu ou adquiridos na feira da ladra. Saravá, Homens Práticos.
A encrenca continua a ser o coice, onde francamente agora temos maestro, mas mau porta estandarte e gaiteiro! Daí que a/rouca gaita de foles possa entupir e sairem apenas notas soltas e dispersas, um pouco aqui e ali, por um palco pequeno, mas muito traiçoeiro. Mesmo sabendo-se que quem empunha a batuta está habituado a todos os compassos, sendo o quaternário, o seu preferido.
Resta fazer votos para que os primeiros instrumentistas da cantera, sejam iguais a si próprios e não tenham desafinado os violinos ou os arcos, desde o último recital caseiro.
