Um silêncio e passos d’homens importantes
Ecoam chão de mosaicos
Poc, poc, poc…ecos
E fatos enfatados
E engravatados
D’homens importantes que as gentes!
Um microfone num discurso sábio
Regado de palavras sábias
O silêncio cúmplice dos dias
No silêncio do silêncio
Das gentes cansadas das oratórias
E discursos de hipocrisias!
Uma torrente de palavras rechonchudas
Um desfile de sapiência
Em gravatas abastadas
As minhas gentes caminham mudas
E desesperam paciência
Na dor do alvorecer de madrugadas!
Quem compra os espinhos das gentes
o suor da caminhada?
Passos d’homens arrogantes
Ecoam mosaico d’estrelas
Eu rezo as velas
Das gentes perfiladas nas estradas!
As minhas gentes suam injustiça dos dias
E dor das noites silenciadas Magricelas
No palácio das estrelas
Gravatas abastadas
Festejam hipocrisia de palavras sábias!
A minha noite adormece entristecida
Na cobardia da gente emudecida!
Décio Bettencourt Mateus (Angola)
In "Xé Candongueiro"
E por cada palavra mal gasta
O povo pagou imposto
Até que um dia disse basta
E voltou a sorrir de Novo...!
(JAN)
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O Silêncio das Gentes
Publicado por JAN @ 29.6.11 Etiquetas: Da minha Janela Vê-se África, Décio Bettencourt Mateus - in "Xé Candougueiro", Gestão Moderna da Treta, JAN, Registos Para Memória Futura