A paixão tem um preço

Há coisas bem mais importantes na vida com que nos preocupar. Às vezes penso mesmo se estarei bom da cabeça ao viver esta paixão de forma tão intensa. Claro que não é o fim-do-mundo quando algo corre mal ou mesmo muito mal. Claro que largava tudo por um filho em necessidade, ou pela minha Mulher, Pais e Irmãs. Quem achar o contrário, isso sim, é louco.

Ao ver esta imagem lembro-me de cenas muito não muito distantes passadas com o Belenenses há dois anos. Obviamente não tem nada a ver, na origem. Mas as lágrimas são também elas verdadeiras e salgadas na cara do "Manuel do Laço". São lágrimas de alguém que ama o seu Clube muito além do que muitos terão capacidade para entender. É algo que não se explica e que sublima uma vida numa forma muito própria.

É por isso e por perceber o que vai na alma deste homem, por mais que perceba que esteve cego enquanto lhe durou a ilusão loureira e que não viu nem quis ver o que se estava a passar (os belenenses já deviam saber o que estou a querer dizer), por mais que me lembre que foram correlegionários seus que incendiaram um símbolo sagrado do meu Clube no meu Estádio, por mais que me lembre de todas as violências dos "panteras" (energúmenos e cães de fila dos mafiosos), por mais nojo e revolta que tal atitude me provoque ainda hoje, eu, se pudesse e porque não confundo esses nojentos criminosos com os verdadeiros adeptos, ia daqui ao Porto, equipado à Belenenses, dar um abraço sentido, de adepto apaixonado para adepto apaixonado de verdade, a quem, como eu, vive uma paixão muito para além dos limites por muitos considerados razoáveis.

É algo que não se explica. Ou se sente ou não se sente. E eu sinto.